PMDB acredita que é a “noiva” do ano

A visita da principal articuladora política do governo Lula a Curitiba ontem, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e o programa do PSDB exibido em emissoras de rádio e televisão, anteontem à noite, deixaram nos peemedebistas paranaenses a impressão de que o governador Roberto Requião está sendo cortejado por tucanos e petistas. E tudo por causa da posição que o governador irá adotar na sucessão presidencial e que definirá, em tese, os aliados da sua candidatura à reeleição no Paraná.

Para o vice-presidente estadual do PMDB, deputado Nereu Moura, Requião está dando as cartas no processo sucessório. "O PT e o PSDB estão dando preferência à eleição nacional. Nós estamos dando tiros para tudo quanto é lado. Hoje, o Requião é mais forte no quadro estadual. Se o Requião declarar apoio ao Lula, o PT vem para nós. Se ele declarar apoio ao Alckmin, o PSDB fecha conosco. E acabou", afirmou o vice-presidente do partido.

Em reunião anteontem à noite, a Executiva estadual decidiu marcar para o próximo dia 25 a convenção estadual do partido. Mas a convenção irá delegar à executiva o poder de fechar as alianças até o dia 29, quando a direção nacional do PMDB convocou a convenção que definirá se o partido terá ou não candidato próprio à presidência da República.

Quanto ao PSDB, os peemedebistas admitem que as conversas com Requião esfriaram. Mas que as negociações podem esquentar se o governador fizer um único aceno sobre a possibilidade de abrir seu palanque a Alckmin no Paraná. Para Moura, o programa partidário dos tucanos soou como um convite de aliança a Requião. "O PSDB tem se comportado melhor que o PSDB. O programa fez críticas aceitáveis. Foi um convite à coligação", afirmou Moura.

Dificuldades

No PSDB, as articulações são mantidas em sigilo, mas a tese de um acordo com o PMDB não atormenta mais o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni. Ele disse ontem, depois de se reunir na véspera com o presidente da Assembléia Legislativa e o prefeito de Curitiba, Beto Richa, que o PSDB terá um candidato de oposição a Requião, seja o senador Osmar Dias (PDT) ou o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB). "Estamos caminhando a passos largos para a candidatura própria", resumiu.

O presidente estadual do PT, André Vargas, admite que a direção nacional do partido está dispensando atenção especial a Requião. Acha que é natural essa aproximação, mas que o máximo que pode ocorrer no Paraná é o presidente Lula ter dois palanques: o de Requião e o do pré-candidato do partido, senador Flávio Arns.

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