Pisseti sai de férias e admite nova viagem ao Paraguai

O secretário de Comunicação Social do governo do Estado, Airton Pisseti, requereu à Casa Civil a concessão de férias por um período de trinta dias, a partir de amanhã, 20. O secretário disse a O Estado que poderá reservar alguns dias para colaborar na campanha do ex-bispo católico Fernando Lugo à presidência do Paraguai. A eleição será no dia 20 de abril. Pisseti está sendo acusado pela bancada de oposição na Assembléia Legislativa de participar irregularmente da campanha de Lugo.

Hoje, 19, a Mesa Executiva da Assembléia Legislativa decide se autoriza a ida de um grupo de deputados ao Paraguai para investigar se Pisseti trabalhou na campanha de Lugo ao mesmo tempo em que deveria dar expediente no Palácio Iguaçu e se suas viagens ao Paraguai foram custeadas pelo poder público. A oposição pretendia criar uma comissão, mas o presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), dissuadiu os deputados da idéia. Para Justus, a oposição pode formar uma comitiva e se dirigir ao país vizinho para apurar as denúncias contra Pisseti, feitas inicialmente em reportagem da revista IstoÉ.

O secretário comentou ontem que a oposição está fazendo o seu papel e que isso não interfere no seu projeto de férias. ?Eu ainda não decidi o que fazer nas minhas férias. Mas é possível que eu vá ao Paraguai, embora as coisas estejam bem encaminhadas por lá?, disse.

Por conta

Apesar de a Casa Civil informar que o secretário tem direito a férias, o líder da bancada de oposição, Valdir Rossoni (PSDB), afirmou que o afastamento de Pisseti no período é sintomático. ?O secretário se afastar do governo é uma confissão de culpa?, disse o deputado tucano. Ele está propenso a acertar com os colegas de bloco uma viagem independente da Assembléia Legislativa, ou seja, cada um pagando suas despesas. ?É importante que os deputados vão ao Paraguai e também que o governo responda o pedido de informações que fizemos para saber se ele (Pisseti) esteve trabalhando na campanha durante o horário de expediente ou pior ainda, se usou cartão corporativo?, afirmou.

A entrevista à rádio Band News em que o senador paraguaio Juan Carlos Galaverna Delvalle fez graves acusações ao governador Roberto Requião (PMDB) foi considerada um ?fato novo? pelo líder da oposição. ?Não vamos entrar na desqualificação do senador, como o governo quer, mas também não vamos cair no canto da sereia do senador. Vamos agir com prudência?, afirmou Rossoni. Galaverna é do Partido Colorado, que lançou a candidata Blanca Avelar como adversária de Lugo na disputa. Requião declarou apoio a Lugo e o senador acusou-o de envolvimento com contrabando e tráfico de drogas.

Ontem, o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), fez um pronunciamento em defesa de Requião. Disse que a oposição e setores da mídia estão empenhados em desconstruir a imagem do governador. ?Estou falando do assassinato da reputação de um homem honrado?, discursou o líder. 

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