Petistas gostam da idéia de dispensar as prévias

A orientação da Executiva Nacional do PT para queimar etapas no processo de escolha dos candidatos a prefeito nas eleições do próximo ano, evitando a realização de prévias, agradou ao deputado estadual Ângelo Vanhoni, que respaldado no seu desempenho em 2000, é considerado o nome natural do partido à sucessão municipal. O possível concorrente de Vanhoni, o deputado federal Florisvaldo “Rosinha” Fier”, também considerou a medida “positiva” e disse que está disposto a trabalhar por um acordo para que o partido não tenha que chegar até as prévias para indicar seu candidato à prefeitura.

A medida foi apresentada como a solução para evitar a luta fratricida que toma conta do partido em anos pré-eleitorais e que tem comprometido o desempenho de algumas candidaturas. Na reunião realizada na segunda-feira passada , a direção nacional do PT definiu que os diretórios municipais terão até o dia 3 de outubro deste ano para decidir se farão prévias para a escolha dos seus candidatos e se haverá alianças com outros partidos.

Para Vanhoni, a nova diretriz força o empenho das várias correntes para construção de um acordo. “As prévias são um mecanismo democrático de escolha, mas no PT há uma cultura interna que tem nos levado direto às prévias, sem passar pela busca do consenso. Nos últimos anos, essa prática colocou em risco a unidade do partido em alguns casos. O que aconteceu é que, muitas vezes, o partido entra numa disputa interna que acaba se sobrepondo à discussão do melhor programa para a cidade”, comentou Vanhoni.

Segundo ele, o caso do Rio Grande do Sul na campanha eleitoral do ano passado foi emblemático. As correntes do ex-prefeito de Porto Alegre Tarso Genro e do ex-governador Olívio Dutra se envolveram numa guerra interna, que o partido avaliou como a causa da derrota na disputa para o governo gaúcho.

Rosinha não se arrisca a prever se o PT de Curitiba vai abrir mão das prévias, mas considera a decisão do diretório nacional um fator positivo no processo interno. “Não tem a mínima idéia se o acordo que vai ser possível. Mas vejo como positiva a orientação do diretório. Não se trata de uma nova diretriz. As prévias foram criadas para ser o último recurso mesmo, quando não há consenso. Acho que a ênfase do diretório agora vai estimular o debate. Vai exigir que haja mais conversas internas e isso é bom para o partido” , afirmou o deputado.

Vantagem

O presidente do diretório municipal do PT, Roberto Salomão, disse que a antecipação das definições tem um efeito político importante para o partido em Curitiba. “Se a gente chegar a um consenso em outubro, escolhendo nosso candidato, saímos na frente dos outros partidos e teremos unidade na construção do nosso plano de governo”, afirmou. Para o dirigente municipal, esta é uma vantagem considerável já que se houver prévias, a discussão em torno de nomes se arrasta até maio.

Salomão afirmou que, em relação às alianças, o PT não terá nenhuma dificuldade para se definir. “Quanto à candidatura própria, isto já está definido. Sobre as alianças, essa decisão já pode ser tomada agora. A ampla maioria acha que devemos fazer as alianças”, afirmou.

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