Sucessão

Pedágio rende troca de farpas entre Requião e Osmar

O espírito da disputa eleitoral de 2010 já foi incorporado por alguns dos protagonistas no processo em suas aparições públicas. Ontem, durante o encontro promovido pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep) para debater o tema “Sanidade: Garantia de Desenvolvimento”, o governador Roberto Requião (PMDB) deu sinais de simpatia à candidatura do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) para sucedê-lo no cargo, o senador Osmar Dias (PDT) foi apontado como o futuro governador do Paraná pelo deputado federal Ricardo Barros (PP), que se declarou pré-candidato ao Senado, e o presidente estadual do DEM, deputado federal Abelardo Lupion, também de olho numa das vagas ao Senado, sugeriu que todos sentem para conversar sobre a sucessão do próximo ano.

O jogo de provocações teve vários momentos. Num dos primeiros, o senador Osmar Dias elogiou as medidas do governo atual na área da sanidade agropecuária e se comprometeu a dar continuidade a essa linha de atuação, a partir de 2011.

“Quando a política é boa a gente fala. Quando tem que criticar, nós criticamos”, disse o senador, que não esconde seu desejo de disputar o governo no próximo ano.

Requião registrou a declaração do Osmar e, quando chegou sua vez de discursar, afirmou que quem iria dar continuidade à política para a área seria Pessuti. “É nome mais forte, em peso político e físico”, para ocupar o governo do Estado, atacou o governador. “O Pessuti é o caminho. O resto é o pedágio”, cutucou o governador.

O pedetista, então, teve que dar o troco. Osmar respondeu que nada tem a ver com a cobrança do pedágio no Estado e que Requião não poderia estar se referindo a ele.

“Não fui eu o governador que criou o pedágio e não fui quem prometeu acabar”, reagiu Osmar, referindo-se ao mote de campanha de Requião em 2002 sobre o pedágio “Ou baixa ou acaba”. A cobrança de pedágio foi implantada, em 1998, pelo ex-governador Jaime Lerner (PSB).

Barros preferiu tratar o tema de forma descontraída. Disse que Osmar será o governador e ele, Lupion e o deputado federal peemedebista Osmar Serraglio querem a cadeira do pedetista no Senado.

Lupion, apesar das suas desavenças com Requião, aprovou as medidas anunciadas no encontro para a área pelo governador e finalizou sua manifestação afirmando que as forças presentes poderiam conversar sobre o futuro.

“Vamos ter que conversar”, convidou o dirigente do DEM, que já causou rebuliço, anteriormente, ao defender a adesão do PMDB ao grupo adversário na eleição ao segundo turno em 2006, integrado pelo PDT, PSDB, DEM e PP.

O vice-governador Orlando Pessuti estava presente ao encontro, assim como outros deputados federais e o secretário da Agricultura, Valter Bianchini. Porém, o vice-governador não fez discurso.