Pressão

PDT quer Osmar Dias na direção da Itaipu

O PDT também entrou na onda de pressionar pelo aumento de salário mínimo para conquistar mais espaço no governo Dilma. O presidente do PDT em São Paulo, deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, protocolou ontem, na Câmara dos Deputados, proposta de elevação do salário mínimo para R$ 580. A iniciativa surge num momento em que se discute medida provisória editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que fixa o vencimento em R$ 540.

Embora a alegação inicial do deputado seja de que a intenção é forçar o governo federal a revisar o valor para cima, em troca do apoio da legenda à candidatura do atual presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), o partido também pode usar a negociação do novo salário mínimo para aumentar sua participação no governo federal, restrita, no momento, a apenas um ministério, o do Trabalho e Emprego, que seguiu com o presidente licenciado do PDT nacional, Carlos Lupi.

A sigla quer as presidências da Itaipu Binacional e da Eletrosul, que passariam para o comando do senador Osmar Dias (PDT-PR) e do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT-MS), respectivamente.

Na manhã de ontem, a questão foi tratada em reunião, promovida na capital paulista, entre parlamentares do PT e PDT. Além da elevação do mínimo, os pedetistas apresentaram como condição de apoio a indicação de postos na máquina federal e maior espaço na Casa Legislativa.

“Uma das questões que pedimos ao Marco Maia é que peça para a presidente Dilma Rousseff que possa imediatamente se reunir com as centrais sindicais e possa encontrar uma proposta que seja maior do que a que está lá”, disse o presidente do PDT-SP, segundo o qual outra reivindicação do partido é a presidência da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), sob a batuta na legislatura passada do PTB.

O encontro de ontem, que teve a presença de apenas 9 dos 28 deputados federais eleitos pelo PDT, frustrou a expectativa de petistas e pedetistas, que irão retomar as negociações na próxima semana.

O esforço concentrado do PT tem como objetivo evitar que a ameaça de rebelião do PMDB, que exige maior participação no governo Dilma, respingue na sucessão da Câmara do Deputados, minando a intenção de Maia prosseguir no comando da Casa Legislativa.

Os peemedebistas já sinalizaram que podem endossar os nomes de Sandro Mabel (PR-GO) e Aldo Rebello (PCdoB-SP), o que tem levado o PT a articular um leque de apoios que evite o fortalecimento de novas candidaturas entre os partidos da base governista.

Anteontem, lideranças do PT se reuniram em São Paulo com membros do PR e ontem, durante a tarde, almoçam com parlamentares do PSDB. A estratégia de pressionar através do mínimo e da eleição para a presidência da Câmara partiu do PMDB que trava uma verdadeira batalha por mais cargos no governo Dilma e foi idealizada pelo presidente do Senado, José SArney (AP).

Com a declaração do ministro da Fazendo, Guido Mantega, de que o Executivo vetará qualquer proposta de mínimo superior a R$ 540,00, lideranças do PMDB já articulam, até, proposta de emenda à constituição que restringe as possibilidades de vetos presidenciais.