Sucessão

PDT discute aliança em torno de Osmar Dias

A direção estadual do PDT se reúne hoje em Brasília, com o presidente nacional do partido e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para discutir a composição da aliança em torno da pré-candidatura do senador Osmar Dias ao governo do Estado.

O presidente em exercício do PDT no Paraná, deputado estadual Augustinho Zucchi, irá expor a Lupi o andamento das negociações com os partidos da base aliada do presidente Lula (PT) no Estado.

Osmar vem debatendo com o PT a possibilidade de apoio do partido à sua candidatura ao governo, desde o ano passado. O senador espera ampliar essa coligação para o PMDB, PTB, PR e PP, outros dos partidos que dão sustentação ao governo Lula, e que, nacionalmente, discutem compor o palanque da candidata à sucessão de Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). “Vamos fazer um raio-x da situação no Paraná e propor alguns encaminhamentos”, disse Zucchi.

Anderson Tozato
Lupi: alternativas viáveis.

O encontro de hoje não deverá ser conclusivo, mas indicará passos que o senador considera necessários para avançar na proposta de aliança. “Temos até junho para definir a aliança. Mas queremos discutir com o presidente licenciado do nosso partido alternativas viáveis para aglutinar os partidos da base, porque nós queremos trabalhar com uma perspectiva concreta de vitória”, disse Zucchi.

Ele não antecipou as propostas do PDT a serem apresentadas ao presidente nacional do partido. Porém, afirmou que a candidatura do senador Osmar Dias não está condicionada à reprodução integral da aliança governista no Estado, assim como também não depende de resultados de pesquisas de intenções de votos.

Até agora, PT e PDT sinalizaram a intenção de aliança, a partir da elaboração de carta de princípios, que ainda não foi divulgada. O PDT pretende incorporar os demais partidos da base de Lula no compromisso programático.

Porém, o principal obstáculo continua sendo a adesão do PMDB, que tem indicação de pré-candidatura, a do vice-governador Orlando Pessuti, que assume o governo no próximo dia 1º, quando o atual governador, Roberto Requião (PMDB), renuncia para concorrer a uma vagas ao Senado.

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Zucchi: um raio-x do quadro no PR.

Zucchi disse que se o PMDB mantiver a candidatura de Pessuti, a posição será respeitada. Porém, se o PMDB retirar a candidatura dele, o PDT via se posicionar. “Se o Pessuti não for candidato, nós vamos entrar com uma conversa séria sobre o assunto”, afirmou o pedetista.

O esforço do PDT é para evitar que o PMDB reforce a candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), ao governo. Existem outros empecilhos na confecção da união da base aliada do governo no Estado.

O PDT insiste na indicação da ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann como candidata a vice-governadora na chapa. Entretanto, a direção estadual do PT, assim como Gleisi e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sustentam que o partido não abre mão da vaga ao Senado, o que prejudica as negociações com o PMDB, onde Requião não admite candidatura concorrente na mesma aliança.