PDT começa a definir seu futuro eleitoral

O processo de definição no PDT já começou. Ontem, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, comunicou ao senador Osmar Dias (PDT), que começa, a partir da próxima semana, uma consulta a todos os diretórios do partido nos estados sobre a conveniência de lançar ou não um candidato à sucessão presidencial.

Lupi disse ao senador pedetista que pretende ouvir todos os diretórios até a primeira semana de abril e, depois, convocar uma reunião nacional do partido, para tomar a decisão. A expectativa do PDT do Paraná é que, regionalmente, o partido rejeite a participação na disputa presidencial, para não amarrar as candidaturas ao governo a uma aliança nacional, como obriga a norma que estabelece a verticalização das coligações partidárias. Se o PDT lançar candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o candidato do partido ao governo nos estados somente poderá se aliar com partidos que estejam no palanque nacional pedetista.

O PDT tem hoje três nomes que se interessam pela candidatura a presidente da República: os senadores Cristovam Buarque, Jefferson Peres e o governador de Alagoas, Ronaldo Lessa. Para o senador Osmar Dias, a direção nacional está adotando o procedimento correto no encaminhamento da decisão. Osmar defende que o partido dê a preferência para as alianças estaduais, fortalecendo suas candidaturas ao governo dos estados.

Ele lembrou que, em 2002, o PDT fez 5,01% dos votos no país, mesmo sem ter lançado um candidato à presidência. Um resultado que protegeria o partido da navalha da cláusula de barreira que, para manter a representação parlamentar, obriga os partidos a somarem 5% dos votos nos estados. Em 2002, no primeiro turno, o PDT apoiou a candidatura a presidente do atual ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PPS). No segundo turno, o PDT apoiou o presidente Lula.

Sedução

Há outras forças atuando para desmontar o palanque presidencial do PDT e levar o partido novamente a apoiar o PT. O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PcdoB) está fazendo uma ponte entre a ala do PDT que se alinha ao governo nas votações e o presidente Lula. Uma das possibilidades citadas foi um convite ao senador Osmar Dias, líder do PDT no Senado, para assumir o Ministério da Agricultura.

O presidente estadual do PT, deputado André Vargas, disse que desconhece as articulações, mas admite que já houve interesse do presidente Lula em ter Osmar no governo. O senador pedetista foi recebido em audiência por Lula, mesmo mantendo um discurso de oposição ao governo. "Não acho provável que dê certo, mas não temos nenhum óbice a essa aproximação", afirmou o dirigente petista. Segundo Vargas, o PT paranaense tem uma boa relação com a bancada estadual do PDT. "Podemos dialogar", afirmou.

Para os pedetistas, é mais improvável ainda um acordo entre o PDT nacional e o PT. No partido, há quem julgue quase impossível a ida do senador Osmar Dias para um ministério do governo Lula, a um ano do final do governo. "O senador não me disse nada sobre isso", disse o vice-presidente estadual do partido, Augustinho Zucchi.

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