Partidos estão em busca de um vice perfeito

Com os nomes dos candidatos à Prefeitura de Curitiba praticamente definidos os partidos iniciam agora as conversas com possíveis aliados para a escolha dos vices.

Seja para dar maior consistência à chapa, para aumentar o tempo de TV ou para conquistar uma faixa do eleitorado mais distante, nenhum dos cinco principais candidatos nas eleições municipais de outubro disputará o pleito em chapa pura. Mas, até agora, nenhuma legenda tem o nome, e nem o aliado, definido.

O último a confirmar o nome do pré-candidato pode ser o primeiro a fechar a aliança e definir o nome do vice. O PMDB, que há pouco mais de uma semana oficializou a pré-candidatura do reitora da Universidade Federal do Paraná, Carlos Moreira, pretende definir o nome do vice na primeira semana de maio. ?Estamos com as conversas bastante adiantadas com o PR, do deputado Carlos Simões e é a essa coligação que estamos dando prioridade. Se o PR e o Carlos Simões quiserem consolidar essa aliança, ele será o nosso candidato a vice-prefeito?, disse o presidente municipal do PMDB, Doático Santos, que revelou que a aliança com o PR e o nome de Carlos Simões visa ?ampliar a densidade eleitoral da coligação nas faixas mais populares?, uma vez que, como reitor de universidade, Moreira é mais conhecido nos meios acadêmicos e intelectuais.

O PSC, que terá como candidato o deputado federal Ratinho Júnior, vê na coligação a grande chance de crescimento do partido. ?Ainda somos um partido pequeno, começamos a crescer agora e precisamos somar com outra legenda forte para termos consistência e, principalmente, tempo de TV, que, muitas vezes, define uma eleição?, frisou o secretário-geral da legenda Lineu Tomass. Ele revelou que a primeira legenda procurada pelo partido foi o PDT, ?mas a aliança já foi descartada depois que o senador Osmar Dias declarou apoio ao prefeito Beto Richa (PSDB)?. Agora, o partido tenta fechar com o PP. ?O PP tem um nome fortíssimo em Curitiba que é o do deputado Ney Leprevost. Se ele topar, tenho certeza que a aliança será boa para o crescimento das duas legendas?, comentou, admitindo também conversar com o DEM.

O presidente estadual do PPS e pré-candidato do partido ao Palácio 29 de Março, Rubens Bueno, não tem muita pressa nesta definição. ?Lançaremos o programa ?Fala Curitiba? nesta semana, para ouvir os anseios da população e elaborar um programa mínimo de governo. A partir deste programa vamos buscar coligações em torno das mesmas idéias. Tudo isso demanda tempo e temos até o final de junho para fazer?, disse, admitindo conversar com qualquer partido que não tenha lançado candidato, ?pois em eleições municipais a discussão ideológica fica mais distante que o projeto de cidade?. Bueno descartou buscar aliança com um partido grande só para aumentar o tempo de TV. ?Nas eleições para o governo do estado, em 2006, fizemos isso com o PFL e não conseguimos o resultado esperado?, declarou.

Ducci quase certo. No PT ninguém à vista

 

Allan Costa Pinto
Ducci: pronto para concorrer.

Mas a maior discussão em busca de um candidato a vice-prefeito está em torno da composição da chapa que pretende levar Beto Richa (PSDB) à reeleição. Embora o prefeito não queira antecipar a discussão que, para ele, só deve ocorrer durante as convenções, ele sinaliza que gostaria de manter a parceria com Luciano Ducci (PSB), que até já se desligou da Secretaria Municipal de Saúde para estar apto a disputar a reeleição.

No entanto, o apoio de Ducci ao governador Roberto Requião no segundo turno da eleição estadual de 2006 fez com que PDT e DEM, aliados do tucano, rejeitassem a repetição do vice e, em algumas discussões, até condicionassem o apoio a Beto a uma mudança na chapa. Mas o prefeito e o PSDB não tocam no assunto até as convenções.

Se o tucano, considerado o candidato mais forte às eleições aparentemente tem o vice garantido, o mesmo não se pode dizer de sua principal oponente, a petista Gleisi Hoffmann. Apostando num descontentamento com o nome de Ducci, o PT de Gleisi até tentou uma aproximação com o PDT, utilizando-se, inclusive, do fato de o partido presidido por Osmar Dias fazer parte da base do governo Lula, mas Osmar já declarou que seu partido seguirá com Beto incondicionalmente. Sem contar com o PDT, o PT quase fechou com o vereador Borges dos Reis (PSC), mas o anúncio da candidatura de Ratinho Júnior inviabilizou a coligação. Com os anúncios das candidatura de Ricardo Gomyde (PCdoB) e Fábio Camargo (PTB) as opções de alianças para os petistas, que não admitem conversas com o DEM, estão escassas. Agora, o partido trabalha pensando em legendas menores, como PV (que tem Melo Viana como pré-candidato), PTC, PMN PHS e PRB, entre outros. Se nenhuma das hipóteses se confirmar, o partido pode ser o único a sair com chapa pura nas eleições de outubro. E aí, o nome do vereador André Passos, presidente do PT de Curitiba, é o nome mais cotado.

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