Paraná não aceita exportação de transgênicos pelo Porto

O governador Roberto Requião (PMDB) afirmou ontem em Brasília ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o Paraná não admite a exportação de soja transgênica pelo Porto de Paranaguá. O governador disse ao presidente que o mercado deve se organizar para escoar a soja transgênica por outros portos que não o de Paranaguá.

Lula anunciou a Requião que o governo federal passa a estudar a criação de estações alfandegárias (porto seco) em Ponta Grossa e Rondonópolis (MT). Nessa estações, a soja seria classificada, separando a transgênica da não transgênica e encaminhando-as ao embarque. O governo entende que, nestes locais, haveria grande espaço para armazenamento dos grãos.

Requião explicou ao presidente as vantagens para o Paraná e para o Brasil de um porto que possa ser conhecido internacionalmente por não exportar produtos transgênicos. “Com isso, os países interessados na soja pura terão um referencial claro e seguro e poderão comprar nossa soja sem nenhum risco de contaminação com produto transgênico”.

Requião insistiu com o presidente que a quase totalidade dos produtores paranaenses atenderam o apelo do governo do Estado e não plantaram a soja transgênica. O governador reforçou que vários países da Europa e Ásia já entraram em contato com o Porto de Paranaguá, interessados em soja convencional. Ele próprio, quando esteve na Índia e Europa, recentemente, pôde comprovar o interesse pela soja não modificada geneticamente.

Verbas

O presidente Lula informou, ainda, que está dobrando a verba de defesa sanitária para o País. Requião considerou a informação extremamente positiva porque vai garantir ao produto brasileiro a sanidade e a pureza exigidas pelos países importadores. Além, é claro, de garantir ao consumidor interno um produto saudável.

Requião historiou ao presidente todas as medidas que o Paraná adota no combate a doenças que possam atingir a produção e criação do Estado. Contra a febre aftosa, por exemplo, Requião disse que o Paraná conseguiu vencer a doença e hoje produz uma carne conhecida internacionalmente por sua pureza e qualidade, competindo com vantagens no mercado.

Energia

O governador também conversou com o presidente Lula sobre a formação do pool de energia. Esse sistema de comercialização de energia elétrica está previsto na Medida Provisória 144/03, em discussão no Senado. O pool é considerado por Requião nocivo ao Paraná, porque obriga as geradoras, inclusive a Copel, a vender sua energia por preços referenciados ao custo de produção e, na outra ponta, repassa essa energia às distribuidoras (e entre elas, novamente a Copel) por preços que irão refletir uma média geral dos custos de geração – mais altos. Durante a audiência, o presidente convocou a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e ficou acertada uma reunião com Requião para hoje.

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