Paraná fecha acordo e reduz dívida de usina

O governador Roberto Requião e o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, assinaram ontem, no Rio de Janeiro, os termos do acordo entre Copel e Petrobras para pagamento da dívida referente ao suprimento de gás natural para a Usina Termelétrica de Araucária. "Enfrentamos esse problema do ponto de vista do interesse público. Hoje estamos vendo a vitória do Paraná e do Brasil. Este é o marco da necessidade de enfrentarmos as dificuldades e não aceitar contratos contrários ao interesse do povo paranaense", declarou Requião.

O valor corrigido do débito é R$ 750 milhões, mas o governo conseguiu reduzir o valor para R$ 150 milhões, que serão pagos em 60 parcelas, com início em janeiro de 2010 e correção pela taxa Selic, do Banco Central. "O saneamento da Copel nos rendeu o reconhecimento da Bolsa de Valores de Nova York e da imprensa internacional. No último ano, as ações da Bovespa renderam 15,06%. Já as da Copel valorizaram 31,68%", comparou o governador.

Essa questão era a última das pendências que envolviam a polêmica usina, que embora jamais tenha gerado um único quilowatt-hora de eletricidade desde a sua inauguração em setembro de 2001, significava um risco empresarial enorme para a Copel.

A demanda entre Copel e Petrobras tem origem nos contratos para o abastecimento da usina com gás natural boliviano que traziam a cláusula "take or pay", pela qual o volume de combustível contratado deveria ser pago mesmo que não fosse utilizado. Não existe motivo algum que deva fazer um governador ou até mesmo um presidente recuar da defesa do interesse público. Para Requião, "a vitória de hoje não é só da Copel e do Paraná. É também do estilo de um governo que defende os interesses públicos, que não se entrega".

Pela Petrobras assinaram seu presidente, José Sérgio Gabrielli de Azevedo; enquanto pela Copel firmaram o acordo, além do governador e Rubens Ghilardi, o diretor de gestão corporativa Luiz Antônio Rossafa; o superintendente das áreas de geração e transmissão de energia Raul Munhoz Neto; o presidente da Compagás, Luiz Carlos Meinert; e Anderson Gil Ramos Bastos, diretor de administração e finanças da Compagás. Outros diretores da Copel também estavam presentes.

Gabrielli destacou que ao assinar os acordos com o Paraná, a relação entre a Petrobras e a Copel será ainda melhor. "A resolução dos problemas deve ser o objetivo de todas as instituições que atuam no setor público. Sabemos dos problemas da construção da UEG e esse é um passo para uma nova fase de convivência harmônica e expansão das nossas atividades.

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