Paraná aprova corte de gastos na campanha

Políticos paranaenses vêem como um avanço a aprovação do texto básico do projeto de lei que corta gastos de campanha eleitoral na Câmara Federal, embora entendam que não existe solução definitiva para problemas como caixa dois. "Com isso acabam os ‘showmícios’, beneficiando os candidatos que não possuem tanto poder econômico", afirma o deputado federal Moacir Micheletto (PMDB).

Para Micheletto, o mais importante é que a medida vai expor os candidatos à população, que vai poder medir a capacidade deles não pelo aspecto financeiro, mas pelas propostas de cada um. "Ainda falta votar os destaques, o que acontecerá na próxima semana. Falta consenso sobre uma série de questões, como redução de horário eleitoral, periodicidade de prestação de contas. Teremos que discutir esses aspectos", afirma Micheletto.

No entendimento do deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), somente limitar custos de campanha não é a solução. "Não existe solução fácil. Toda vez que surge uma crise, procura-se mudanças. Mas com essa medida, certos hábitos serão evitados, as pessoas estarão mais criteriosas, e os candidatos também, o que vai fazer a fiscalização das campanhas se tornar mais rigorosa", afirma. Segundo o deputado, o projeto deve ajudar a inibir práticas de caixa dois, mas não irá eliminá-las."Se vai mudar, só saberemos depois", afirma.

O vice-presidente do PMDB do Paraná, deputado estadual Nereu Moura, acredita que o projeto que obriga a redução de gastos em campanhas vai moralizar as eleições. "Não é o ideal, mas é significativo para acabar com caixa dois. E os falsos profetas que se elegiam em cima de ?showmícios’, vão ter agora que gastar sola de sapato", afirma o deputado.

Em relação à prestação de contas, Moura entende que deve ser mensal ou diária, a fim de que haja maior fiscalização. "Para impedir que haja subterfúgios e que tentem burlar a lei, precisamos de uma fiscalização prudente e rigorosa", diz.

Para o pré-candidato do PPS a governo do Estado Rubens Bueno, a medida faz com que o resultado das eleições seja mais preciso, por legitimar o voto. Mas Rubens entende que o projeto ainda não é o ideal. Para ele, a medida mais importante seria a que estabelecesse o financiamento público de campanha.

Como pré-candidato que pela primeira vez vai participar de uma eleição para deputado estadual, André Passos, acha que o projeto é um avanço, mas chega tarde. "Muitas campanhas ficavam inviabilizadas por causa dos custos. Para mim, a medida beneficia muito", afirma.

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