Paraguaios decidem seu futuro neste domingo

Com menos de 10 pontos percentuais separando o líder das pesquisas do terceiro colocado, as eleições de amanhã são uma incógnita para o povo paraguaio. Pela primeira vez desde que as eleições diretas foram instituídas, o Partido Colorado está realmente ameaçado de perder o poder.

E os dois principais motivos são o surgimento de uma novidade (a candidatura de Lugo) e a rejeição ao atual presidente Nicanor Duarte, agravada com a tentativa de se mudar a constituição para permitir a reeleição.

Apesar do favoritismo de Lugo nas pesquisas, Wagner Enis ainda aposta em vitória de Blanca Ovelar. Isso porque no Paraguai o voto é facultativo e a mobilização do Partido Colorado para que seus eleitores compareçam às urnas é mais eficiente que da oposição. ?A adesão do eleitorado vem diminuindo a cada eleição. Para esse ano espera-se que, no máximo 55% dos eleitores realmente votem. Para o Lugo ter chances de ganhar, terá de mobilizar mais de 70%?, comentou.

Para ele, uma disputa interna acirrada entre Blanca e o ex-vice-presidente Luiz Castiglione pela candidatura à presidência dividiu o partido no final do ano passado. ?E é isso que faz a oposição sonhar com a vitória?. Apesar disso, Wagner acredita que o Partido Colorado conseguirá, com tranqüilidade, manter a maioria no parlamento e eleger o maior número de governadores.

Para Wagner, Fernando Lugo, que recebe auxílio do secretário de Comunicação do Paraná, Airton Pisseti, cometeu uma falha comprometedora nesta reta final de campanha ao não comparecer, nesta semana, a um debate promovido pela televisão paraguaia. ?No Paraguai não há essa cultura do debate e todos aguardavam por essa novidade. A ausência do Lugo frustrou a todos e o mediador, Humberto Rubin, conceituado jornalista do país, o chamou de covarde e despreparado. Isso pode repercutir?, disse.

Já Sidney Ferreira Leite, aposta na vitória de Lugo por acreditar que os candidatos de centro-direita, Blanca Ovelar e Lino Oviedo (Unace) vão acabar tirando votos um do outro, mas admitiu que podem ocorrer surpresas na apuração dos votos, ?o que seria, no mínimo, estranho?. A campanha presidencial no Paraguai é a mais disputada dos últimos anos, com troca de acusações entre os candidatos e suspeita de fraudes, como o registro de eleitores com mais de 110 anos de idade e a desconfiança contra as urnas, que fez o país abrir mão da eleição por urnas eletrônicas (cedida pelo Brasil) devido à insinuação da oposição de que estas já chegavam no Paraguai adulteradas. 

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