Agindo com cautela

Para Gustavo Fruet, o tempo para tomar uma decisão está acabando

O ex-deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) disse a O Estado que, como ainda não havia recebido nenhum convite do PV, não poderia avaliar a possibilidade de se filiar ao partido para disputar a eleição do ano que vem. Confirmando ter sido convidado para o encontro na casa de Salamuni, no entanto, Gustavo disse que a noticia do interesse do PV somada à articulação dos deputados do PMB junto ao senador Roberto Requião, nesta semana, aumentam a tensão interna e obrigam o PSDB a se posicionar logo.

“Por esse lado, é bom, porque está na hora da definição. O semestre está acabando e, apesar de não ter estabelecido um prazo definitivo, sei que esse meu tempo também está se esgotando”, disse Gustavo, que evitou comentar sobre suas possibilidades. “Enquanto não definir, não posso abrir muita coisa, senão vai parecer que estou fazendo leilão, ‘negociando’ no pior sentido da palavra. Sigo com as conversas, mas sem avanços definitivos”, disse.

Sobre a possibilidade de ingressar no PV, o ex-deputado disse apenas que, “em qualquer circunstância o PV é importante. Todos os governantes, principalmente os prefeitos, vão bater com a agenda do PV”. Já sobre o PMDB, Gustavo disse que recebeu uma ligação do presidente nacional em exercício do partido, senador Valdir Raupp, confirmando o interesse, mas que respeita a pré-candidatura de Rafael Greca. “A verdade é que não conversei com ninguém do PMDB sobre entrar no partido”, disse.

Questionado sobre até quando esperará uma definição do PSDB sobre a garantia de condições para sua candidatura, Fruet disse não ter dado uma data limite, mas reafirmou que o prazo está acabando. “Estamos desde novembro nisso. Cansa. Gera um desgaste desnecessário e diminui a política. Afunilou, a decisão é para breve. Se perguntar um prazo, não sei, mas sei que é logo”.

Os inúmeros convites para que Gustavo troque de partido e dispute a eleição do ano que vem representando a oposição ao grupo que hoje administra o Estado e a capital paranaense e a ascensão do PT do Estado com a chegada de Gleisi Hoffmann abriram o olho do PSDB que tenta encontrar uma fórmula para manter o ex-deputado em seus quadros. A candidatura de Fruet por um partido de oposição, somadas a outras candidaturas naturais como a de Ratinho Junior (PSC) e de um candidato do PT, garantiriam o segundo turno para a definição da prefeitura da capital, em que toda a oposição se reuniria em um candidato, antecipando um embate Beto x Gleisi, já anunciado para 2014.