Sucessão

Osmar visita GPP e diz que hora da verdade chegou

O senador Osmar Dias (PDT), que ontem visitou o diretor-presidente da Editora O Estado do Paraná, Paulo Pimentel, disse que não foi convidado para o encontro estadual do PSDB em Curitiba, que será realizado hoje, no restaurante Madalosso, mas reluta em tratar como “crise” ou se referir a “rompimento” na relação com os tucanos.

Para Osmar, o momento pode ser definido como a hora da verdade. “Não é crise. Não é rompimento. É um momento em que cada um está revelando a sua verdade, a sua imagem e a sua personalidade”, disse o pré-candidato do PDT ao governo nas eleições do próximo ano.

Ao mesmo tempo, o senador também se recusa a considerar como sinal de um acordo eleitoral com o PT a sua condição de passageiro do voo que trouxe o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Curitiba, anteontem, para a posse do desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, o primeiro juiz cego do Brasil a chegar ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

“Sempre criticam quando o Paraná é discriminado. Agora, quando alguém do Paraná é prestigiado, não valorizam. Dizem que é porque há interesse eleitoral”, protestou. E acrescentou: “Eu sentei do lado do presidente e conversamos sobre agricultura, pré-sal e até sobre o Corinthians. Não sobre aliança”, relatou.

Sobre os tucanos, Osmar disse que não irá fazer cobrança. Mesmo agora, quando o prefeito de Curitiba, Beto Richa, também se assume como candidato ao governo, junto com o senador Alvaro Dias. Osmar prefere esperar para ver o que acontece.

“O PSDB é um partido grande e forte. As pessoas que compõem o PSDB têm que saber o que eles mesmos disseram e o que não disseram antes”, afirmou sobre o acordo que havia entre os dois partidos de serem aliados na disputa do próximo ano.

O senador pedetista disse que irá respeitar se Beto Richa levar adiante a candidatura ao governo. “Ele foi eleito por quatro anos e terá que renunciar para ser candidato. Se ele renunciar, essa decisão terá meu respeito. Mas não sei o que a população de Curitiba vai pensar”, ressalvou.

Ponto delicado na discussão entre Osmar e os tucanos, a possibilidade de o irmão Alvaro Dias ser indicado candidato parece não perturbar ao senador pedetista. Embora Alvaro venha afirmando que tem um acordo com Osmar, que prevê a saída de um da disputa se o outro for candidato, o pedetista se mostra pragmático.

“Uma eleição não passa pelo acordo de dois irmãos. Não tenho mais como retroceder da minha candidatura. E eu sei que o Alvaro vai fazer o que eu sempre fiz, quando ele foi candidato. Vai me apoiar”, disse.