Os dois maiores partidos de oposição, PSDB e DEM, cobraram nesta quinta-feira (17) do ministro da Justiça, Tarso Genro, providências contra as ocupações feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos últimos dias. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disseram ao ministro considerar que a situação "beira o descontrole". Os dois mostraram também grande preocupação com a questão da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, e com a reivindicação de posse de áreas para os quilombolas em vários Estados.
Na conversa com o ministro, os dois representantes da oposição questionaram o fato de entidades ligadas ao MST receberem recursos públicos federais, apesar de causarem problemas para a administração federal. "Não faz sentido que instituições que ferem constantemente a lei recebam financiamentos públicos", criticou Maia.
Segundo Guerra, pior ainda, é saber que não há sequer garantia de que esses recursos recebam algum tipo de fiscalização por parte do governo. "Esse é um momento crítico. Nos preocupa muito o fato de que eles recebem financiamento público que não tem fiscalização real. Os exames dessas contas não são feitos. A maioria não deseja que isso ocorra e não permite que se faça", reclama.
Maia e Guerra informaram que Genro garantiu que a preocupação do Ministério era com o cumprimento da lei. "Achei a conversa boa porque ele disse que quer o cumprimento da lei e propôs que os partidos de oposição tenham uma interlocução maior com a área técnica do Ministério da Justiça para acompanharem essas ações", disse Guerra.
Guerra viajou nesta quinta-feira (17) para Roraima, que é governado pelo tucano Anchieta Júnior, para acompanhar de perto a questão da reserva Raposa Serra do Sol. "A oposição vai aumentar sua presença nessas áreas de conflitos, com nossos políticos locais e com dirigentes nacionais também", avisou o senador tucano.