O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB-PR), Manoel Antônio de Oliveira Franco, afirmou ontem, em nota oficial à imprensa, que acompanhou com estranheza as declarações do secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Aldo Parzianello, ao se manifestar contrário à obrigatoriedade dos exames da Ordem. Segundo ele, as afirmações de Parzianello feitas nessa semana durante a inauguração do Núcleo de Prática Jurídica da Faculdade Assis Gurgacz, em Cascavel, são desprovidas de conhecimento técnico sobre o assunto. "Desrespeitam a classe dos advogados à qual o próprio secretário pertence, embora licenciado para ocupar cargo público", disse.
Oliveira ressaltou que as portas da OAB-PR sempre estiveram abertas ao secretário, que em nenhum momento apresentou diretamente à instituição as críticas que propagou em seu território político, para um auditório repleto de estudantes de Direito que em breve serão submetidos ao exame. "Ao que tudo indica, aproveitou-se de um momento festivo para fazer um discurso de cunho político-partidário", considerou.
Oliveira disse ainda que as declarações de Parzianello são inconseqüentes. "Demonstram total desconhecimento técnico sobre o Exame de Ordem. Ao sugerir o fim da prova, o secretário mostra que ignora a crise pela qual passa a educação no País – em especial o ensino jurídico".
Para Oliveira, Parzianello desconhece que é a decadência do ensino o principal motivo do grande índice de reprovação no concurso da Magistratura e no Exame de Ordem. Parzianello havia declarado que não é um exame da Ordem que vai atestar que um advogado será bem-sucedido.