Nishimori apresenta defesa no PSDB

Ao apresentar a defesa do deputado estadual Luiz Nishimori ao conselho de ética do PSDB, o advogado Paulo Ferraz invocou o estatuto do partido para alegar que a comissão executiva regional não tem competência legal para impor a diretriz de oposição ao partido no Paraná.  

O argumento do deputado é que a decisão somente pode ser aprovada em convenção estadual ou nacional e, portanto, está ilegal também a resolução do partido na qual se baseia o pedido de expulsão de Nishimori. O deputado exerce a liderança da bancada estadual do PSDB e lidera um grupo de quatro deputados que fazem parte da base de sustentação do governo.

O conselho de ética tem cinco dias para apreciar a defesa de Nishimori e emitir um parecer. A decisão final, segundo o advogado do deputado, caberá ao diretório estadual. Mas o presidente do partido no Paraná, Valdir Rossoni, disse que o julgamento cabe à comissão executiva estadual e marcou para o dia 11 de junho a decisão.

Nishimori está no Japão, acompanhando a comitiva do governador Roberto Requião (PMDB). A viagem também foi um dos fundamentos do pedido de expulsão, assinado pelo filiado Paulo Rossi. Nishimori se defendeu explicando que é o coordenador das comemorações dos cem anos da imigração japonesa no Brasil e foi ao Japão em missa parlamentar, já que está representando seus eleitores da colônia nipônica ao convidar a família imperial para vir ao País.

Seqüelas

Ao solicitar a improcedência do pedido de expulsão, o advogado de Nishimori disse que em nenhum momento foi provado que o deputado votou contra o partido na Assembléia Legislativa. ?O fato de ele contestar a decisão do PSDB em entrevistas nos jornais não significa que ele tenha afrontado o partido?, afirmou.

O advogado também mencionou que a convenção realizada em junho do ano passado, quando o partido decidiu indicar o ex-deputado Hermas Brandão para ser candidato a vice-governador na chapa de Requião, não mudou a orientação de apoio ao PMDB. Para Ferraz, a resolução do diretório nacional que acabou com a aliança entre os dois partidos cancelou apenas a indicação de Brandão, mas não a decisão de apoio ao PMDB, que foi aprovada em convenção.

A defesa de Nishimori também está questionando a legitimidade do conselho de ética. Conforme o advogado, o estatuto do PSDB proíbe ao deputado federal Gustavo Fruet acumular o cargo de vice-presidente da executiva estadual e o de integrante do conselho. Mesmo que Gustavo tenha sido substituído por um suplente, a formação do conselho é ilegal, disse Ferraz. ?Não importa se o deputado vota ou não. O fato é que é ilegal a formação do conselho?, disse.

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