MST deixa as praças ocupadas neste sábado

As manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) devem deixar as quatorze praças de pedágio ocupadas desde quarta-feira até às 9h de hoje. A decisão foi divulgada ontem, através de uma nota encaminhada à imprensa pela diretoria do MST no Paraná. Isso porque a liminar que concedia o reajuste das taxas foi suspensa pela desembargadora federal Marga Inge Barth Tessler, do Tribunal Regional Federal da 4.ª região, em Porto Alegre.

Ontem pela manhã, durante a continuação das ocupações, mais duas praças de pedágio foram invadidas pelo MST, antes da decisão judicial que determinou a redução dos valores do pedágio. O posto de Witmarsun, na BR-376, administrada pela concessionária Rodonorte e a praça de Corbélia, na BR-369, da concessionária Viapar.

Das 26 praças, 14 foram tomadas. Até a decisão da vice-presidente do TRF, somente três pedágios estavam operando normalmente: Jacarezinho e Sertaneja (Econorte) e Jaguariaíva (Rodonorte). Na manhã de ontem, em todas as praças ocupadas, os militantes estavam vendendo bonés (a R$ 5) e camisetas e bandeiras (a R$ 10) para os motoristas que passavam pelos postos.

As concessionárias já tinham conseguido liminares para a reintegração de posse das praças e estavam aguardando a posição da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Mas com a decisão judicial em Porto Alegre, os manifestantes começaram a desocupar as praças de pedágio pacificamente. Segundo o coordenador do MST no Paraná, José Damaceno, que se encontrava em Arapongas, no Norte do Estado, um dos objetivos do movimento foi alcançado. “Na verdade estamos felizes porque fizemos uma mobilização pacífica e conseguimos a redução dos valores. Isso foi uma vitória para toda a sociedade”, diz.

Durante os dois dias de manifestação, os militantes afirmaram que receberam total apoio dos motoristas que passavam pelo pedágio. “Era um desejo de toda a população e, felizmente, tudo acabou do jeito que queríamos. Agora vamos nos concentrar em outras mobilizações, buscando a realização da reforma agrária, que já dura muito tempo”, completou.

De acordo com o coordenador do MST, o menino atropelado por um caminhão na noite de quinta-feira na praça de pedágio de Arapongas (Rodonorte), e que já foi operado, continua em observação no Hospital João de Freitas.

Protesto será mantido

A União Paranaense dos Estudantes (UPE) e União Nacional dos Estudantes (UNE) confirmaram na tarde de ontem que irão fazer parte dos protestos contra o aumento da tarifa dos pedágios do Estado. O presidente da UPE, Madson de Oliveira afirmou que mesmo com a liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal (TRF), da 4.ª região, em Porto Alegre, suspendendo a decisão que autorizou o aumento dos pedágios, nada garante que a liminar não possa ser derrubada pelas concessionárias.

“É uma decisão favorável, mas pode não ser definitiva. O assunto atende toda a população e deve mobilizar a sociedade. Qualquer movimento social deve fazer a sua parte, e é o que iremos fazer”, afirmou.

Segundo Madson, uma reunião será realizada hoje à tarde na sede da UPE, em Curitiba, e serão definidas como vão acontecer as ocupações de algumas praças de pedágio. O objetivo das duas instituições é acampar em duas praças de pedágio próximas a Curitiba (provavelmente São Luiz do Purunã e São José dos Pinhais (BR-277)) e em mais três do interior do Estado.

Vendas

Os integrantes do MST, que ocuparam catorze praças de pedágio em todo o Estado começaram na manhã de ontem a vender bonés (a R$ 5,00) e camisetas e bandeiras (a R$ 10,00) do movimento para os motoristas que passavam pelos pedágios. Segundo o coordenador do MST, José Damaceno, a ação está acontecendo em todas as praças ocupadas, e acredita que seja uma maneira de alertar os motoristas sobre a preocupação com as tarifas.

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