Marina critica despreparo em ação contra chuvas

Com críticas diretas ao governo federal e à administração do PSDB em São Paulo, a candidata do PV à Presidência da República, a senadora Marina Silva (AC), atacou hoje a “falta de preparo” dos gestores públicos para agir em casos de catástrofes, como a que já deixou de dezenas mortos e centenas de desaparecidos em dois Estados do Nordeste.

Ex-ministra do Meio Ambiente, Marina disse que esses problemas não podem ser tratados ano após ano como se fossem fenômenos naturais. Segundo ela, as pessoas têm sido afetadas pela combinação de eventos extremos com a ausência de planejamento.

“É fundamental que os governos federal, estaduais e municipais não continuem tratando esses eventos como catástrofes pura e simplesmente. São catástrofes também em função da falta de preparo”, disse Marina, durante entrevista em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.

“Aconteceu em Santa Catarina, São Paulo, Rio e vai continuar acontecendo se não tivermos os mapas de risco, se não criarmos um sistema de alerta, se não treinarmos adequadamente a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a população”.

Marina ainda destacou que durante a sua gestão no Ministério do Meio Ambiente preparou um Plano de Mudanças Climáticas que estabelecia ações preventivas para diminuir riscos decorrentes de problemas ambientais. “Quando saí (do Ministério), estava praticamente pronto. Foi aprovado no Congresso, mas há seis meses não é regulamentado pelo governo”, disse a candidata do PV.

Marina afirmou, sem citar a fonte e nem o período, que o País investiu R$ 130 milhões para prevenção de situações de risco e gastou cerca de R$ 1 bilhão em ações para recuperações em casos de catástrofe. Segundo ela, em 2007, cerca de 2,5 milhões de pessoas foram afetadas por problemas desse tipo. Esse número subiu para 5,5 milhões em 2009.

“Mesmo assim, os governos continuam despreparados. No Estado de São Paulo, por exemplo, a gente tem o mesmo governo há 20 anos e não se tomou atitude. Poderia se ter políticas continuadas para esse tipo de situação. É preciso que haja ações integradas. O mesmo precisa ser feito em todos os Estados”, disse Marina.