Voto 2010

Marina aposta no voto útil para ir ao segundo turno

Ainda comemorando o apoio conquistado do senador Pedro Simon (PMDB), horas antes, no Rio Grande do Sul, a candidata do PV à presidência da República, Marina Silva, disse ontem à noite, em Curitiba que espera um crescimento maior nesta reta final de campanha agora que, segundo ela, passa a ter reais condições de chegar ao segundo turno.

Segundo a campanha de Marina, eleitores simpatizantes de sua candidatura, mas que poderiam votar em outro candidato fazendo o chamado “voto útil”, já voltaram a considerar o voto no PV.

“Agora as pesquisas começam a mostrar o que eu já sentia na rua há muito tempo. Mas continuo afirmando que o que sinto nas ruas é muito mais forte do que as pesquisas conseguem alcançar. Estamos criando uma verdadeira onda verde, que vai para o segundo turno”, disse a candidata, que atribui seu crescimento à postura diferente adotada na campanha, sem enfrentamento.

“Debatemos propostas, não fomos para o vale-tudo eleitoral e, agora, o Brasil vê em nós uma candidatura viável no segundo turno, com credibilidade para manter as conquistas, corrigir os erros e avançar para novos desafios”, declarou.

O diretório do PV no Paraná preparou um “Marinaço” para a tarde de ontem, no centro de Curitiba. Porém, o atraso de três horas da candidata e a chuva que caiu sobre a capital paranaense desde o final da tarde de ontem, reduziram a agenda da candidata, que apenas concedeu uma rápida entrevista e cumprimentou apoiadores nas escadarias da Universidade Federal do Paraná.

Marina disse que o apoio de Simon mostra que seu projeto está se tornando suprapartidário. “As pessoas estão querendo discutir propostas, querem coerência, em nenhum momento fui para o discurso fácil. Quando se faz crítica, querem ver a crítica sendo feita com consistência e não apenas com estratégia eleitoral”, disse a candidata, defendendo o segundo turno.

“Dissemos que não ia ser um plebiscito, seria um processo político, que não queríamos um embate, queríamos um debate. E a melhor forma de fazer o debate é aprofundá-lo no segundo turno, com tempo igual, em que cada candidato vai poder expor suas opiniões para se comprometer com o Brasil”.

À tarde, em Porto Alegre, Marina recebeu o apoio declarado do presidente do PMDB gaúcho, Pedro Simon, que deixou claro, no entanto que o apoio era pessoal, não comprometia o partido, e o fazia premido pelo medo que não houvesse segundo turno nas eleições para presidente e governador no Rio Grande do Sul.

Simon disse ainda que a biografia de Marina Silva era o que o levava a abrir o voto em seu favor, além, do fato dela vir subindo constantemente nas pesquisas, exatamente a teoria defendida pela campanha do PV em Curitiba.

“Não vou votar na minha amiga Dilma porque ela já está no segundo turno, mas é importante que a sociedade entenda este debate, mais profundo, entre os dois candidatos preferenciais. Além do mais, o Serra só vem descendo nas pesquisas e Marina vem subindo sempre”, disse.