Leonardo Prudente renuncia ao mandato no Distrito Federal

O deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM) renunciou hoje ao mandato para evitar a perda de direitos políticos, uma vez que é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Ao final do processo, a Casa poderia decretar uma punição ao deputado, que poderia variar de uma simples advertência até a cassação do mandato e a inelegibilidade por cinco anos. Outros dois deputados respondem a processo disciplinar – Eurides Brito (PMDB) e Júnior Brunelli (PSC). A renúncia de ambos também é dada como certa.

Prudente é um dos símbolos do esquema de corrupção descoberto no governo do Distrito Federal. Vídeo no qual ele recebe maços de dinheiro de suposta propina e os guarda nos bolsos das calças e até nas meias foi veiculado à exaustão pela imprensa.

Ele protagoniza vídeo no qual reza ao lado do deputado Júnior Brunelli agradecendo pela vida do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, principal testemunha da Operação Caixa de Pandora, que outro executava a função de distribuir entre assessores, secretários de governo e deputados distritais o dinheiro ilegal.

Pouco antes de renunciar, Leonardo Prudente divulgou carta pública na qual reconhece que as imagens são “fortes” e pede “sinceras desculpas, pelo constrangimento que toda essa situação provocou”.

O deputado confessa ter “errado”, mas pondera que está “pagando um preço muito alto” pela crise política em Brasília. Cerca de 10 mil cópias da carta serão distribuídas aos eleitores do deputado, segundo a assessoria de imprensa dele. Trechos desta carta são repetidos na mensagem de renúncia.

“A repetição da imagem onde aparece recebendo recursos de campanha não contabilizados em setembro de 2006, como se fossem atuais, devo admitir, são muito fortes. Mais forte ainda a versão dada à minha participação em oração feita pelo deputado Brunelli, ocorrida em setembro de 2009 e que não tem qualquer vinculação de causa e efeito com as imagens de 2006”, afirma o deputado, nas duas cartas. “Já admiti publicamente e reafirmo que errei, e estou pagando um preço muito alto, mas tenho certeza que as investigações irão revelar a verdade dos fatos e que o processo legal e a justiça serão novamente restabelecidos”, escreveu.