Justiça corta Requião da propaganda de Gleisi

O senador paulista Eduardo Suplicy (PT) substitui o governador licenciado Roberto Requião (PMDB) no programa de rádio e TV da candidata ao Senado pela Coligação Paraná Unido, Gleisi Hoffmann. A Justiça Eleitoral proibiu Requião de aparecer no programa de Gleisi, atendendo a uma representação feita pelo candidato da coligação Voto Limpo ao Senado, Luiz Felipe Haj Mussi (PPS).

Ontem, a assessoria jurídica da candidata informou que iria ajuizar um recurso contra a proibição. Requião apareceu apenas uma vez no programa de Gleisi. Foi na sexta-feira passada, dia 22. O governador fez um depoimento destacando as qualidades da candidata petista (PT). No depoimento, o governador declara voto à candidata. ?Eu fiz questão de vir aqui para apoiar a Gleisi, que é a minha candidata, a candidata da minha mulher, é a candidata dos meus filhos, é a candidata da minha família e dos meus amigos, dos peemedebistas mais ligados a mim, ela é a minha candidata?, diz o governador, no vídeo exibido no horário da candidata.

Haj Mussi entrou com ação na Justiça Eleitoral, pedindo a suspensão da propaganda. Ele alegou que a participação do peemedebista na campanha de Gleisi desrespeita o artigo 54, da lei eleitoral, quebra a regra da verticalização. Por essa norma, os partidos têm que reproduzir nos estados as alianças nacionais.

O juiz auxiliar Renato Lopes de Paiva concedeu liminar à representação de Bueno e estipulou multa de R$ 1 mil por veiculação do depoimento se a coligação petista insistir em exibir a gravação do governador licenciado. Conforme o despacho, a regra da verticalização ?não permite a propaganda em uma legenda por candidato de outra?.

Apelo

Suplicy, que está em primeiro lugar nas pesquisas de intenções de votos em São Paulo para um terceiro mandato de senador, foi a solução encontrada para preencher o espaço deixado por Requião. O depoimento de apoio dele já foi exibido anteriormente no programa da candidata ao Senado. ?A Gleisi tem competência técnica em questões financeiras e orçamentárias. Vai contribuiu para unir todo o Paraná, prefeitos e prefeitas, governador e a sociedade, sem distinção de partido político. A união é representada por Gleisi?, diz Suplicy.

No recurso que iria impetrar, o argumento da assessoria do PT é que o PMDB não tem candidato ao Senado e, por isso, o governador não está impedido de apoiar a candidata de outro partido. O PMDB teve negado pelo Tribunal Regional Eleitoral o pedido de inscrição da candidatura do ex-secretário de Justiça Aldo Parzianello.

A Justiça Eleitoral concluiu que o PMDB não tinha direito de lançar o candidato ao Senado porque não inscreveu o senador Alvaro Dias como seu candidato, quando o partido estava coligado com o PSDB.

Com o fim da aliança, decretada pelo diretório nacional do PSDB, o PMDB teve que refazer a chapa, lançando novo candidato a vice-governador para substituir o tucano Hermas Brandão. O vice-governador Orlando Pessuti está concorrendo à reeleição ao cargo. Para o Senado, o PMDB desistiu da ação no Tribunal Superior Eleitoral para tentar preencher a vaga. Parte do PMDB apóia o senador tucano Alvaro Dias e outra ala acompanha Requião no apoio a Gleisi. 

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