Magistrados mobilizados

Juízes vão a Brasília pedir reajuste salarial e outras reivindicações

No Dia Nacional de Mobilização pela Valorização da Magistratura, nesta quarta-feira (21), cerca de 1.200 juízes federais de todo o País se reuniram em Brasília para pedir a valorização da categoria. O objetivo é pedir mais segurança, melhoria nas condições de trabalho e na remuneração.

Os magistrados estiveram no Congresso Nacional e seguiram em caminhada até o Supremo Tribunal Federal (STF), onde representantes de entidades nacionais se reúnem com ministro Cezar Peluso, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), para apresentar as reivindicações.

Entre as principais reivindicações está o investimento em segurança, que se tornou mais urgente após o assassinato da juíza Patrícia Acioli em agosto. “Todos nós tem a vida ameaçada. Ameaças de morte são comuns, principalmente antes de julgamentos”, ressalta Carlos Conte, presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho do Paraná (Amatra), um dos representantes do Estado que participou do movimento. Conte afirma que, atualmente, não há política de segurança judiciária e a situação é considerada precária, principalmente em fóruns do interior.

Outro pedido dos magistrados é em relação à saúde dos profissionais. Segundo Conte, uma pesquisa realizada recentemente mostra que 40% dos juízes já tiveram depressão e cerca de 20% tomam medicamentos para combater a doença. “O stress profissional é gigantesco. É um sinal sério de que alguma coisa está errada”.

A ausência de uma política de remuneração permanente é outro ponto criticado pelos juízes. Conte afirma que há cinco anos não há reajuste. “A inflação no período foi de 31% e recebemos apenas 9% de reposição. Queremos pelo menos a reposição da inflação e a implantação de uma política de remuneração”.

O presidente da Amapar diz que essa é uma campanha permanente que inicia hoje, com a mobilização. “Chegou um ponto em que a inquietação é muito grande. Temos que resolver isso o mais rápido possível. Não dá mais para nos reunirmos todos os anos para lutar pelas mesmas coisas”, conclui.