Itália não pressionará Lula por extradição de Battisti

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse hoje que não pressionará o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pela extradição do militante de extrema esquerda Cesare Battisti, que escapou da prisão há três décadas. Mas ponderou que Lula entendeu bem que a Itália deseja o retorno de Cesare Battisti, condenado à revelia na Itália por quatro assassinatos ocorridos na década de 1970.

Battisti recebeu status de refugiado dado pelo governo Lula no começo deste ano. De qualquer maneira, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou na semana passada que o status é inconstitucional e atendeu ao pedido da Itália pela extradição. A sentença do STF deu a palavra final a Lula.

Frattini disse que a Itália também não pressionou o STF antes da decisão. Battisti integrava o grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo, um grupo radical de extrema esquerda que matou várias pessoas na década de 1970. Ele foi julgado à revelia e condenado à prisão perpétua por ter matado quatro pessoas: um guarda penitenciário, um investigador especial de grupos terroristas, um açougueiro e um joalheiro.

Battisti disse repetidas vezes que é inocente. Ele escapou da prisão na Itália em 1981, viveu vários anos na França e foi detido no Brasil em 2007, a pedido da Itália, e desde então está preso em Brasília. Ele encerrou uma greve de fome de 11 dias na terça-feira. As informações são da Dow Jones.