Intermediários vão para o bate-boca na Prefeitura de Curitiba

Acabou em bate-boca a primeira visita oficial do assessor especial para Assuntos de Curitiba e presidente do PMDB municipal, Doático Santos, ao gabinete do prefeito Beto Richa (PSDB) ontem à tarde. Edson Feltrin, que se identificou como assessor do prefeito e presidente da Federação dos Moradores de Curitiba, reagiu à visita do peemedebista, que definiu como ?provocação?.  

A intervenção de Feltrin ocorreu logo após Doático ser recebido pelo chefe de gabinete do prefeito, Ezequias Moreira, que, em menos de um minuto, explicou que Beto não estava e que quando tiver algum assunto a tratar com o governo do estado pedirá uma audiência diretamente ao governador Roberto Requião (PMDB). Ezequias foi direto ao ponto com Doático, dizendo que Beto estava ocupado e que só atende mediante pedidos agendados previamente. E que era preciso ?encerrar o triste episódio da campanha eleitoral?, quando houve uma polêmica sobre a paternidade de algumas obras em Curitiba. Doático, que havia se apresentado na recepção de terno e gravata, disse que estava ali para se apresentar ao prefeito e que Ezequias considerasse sua visita como um pedido de audiência. O chefe de gabinete se retirou e foi embora, deixando Doático num dos salões anexos ao gabinete.

Foto: Aliocha Maurício/O Estado

Doático saiu da sala e chamou Feltrin para resolver ?lá fora?.

Quando Doático concedia entrevista comentando que ?os ânimos estavam exaltados?, mas que ele era paciente e iria fazer novas tentativas, Feltrin chegou e disse que a visita era uma ?provocação? e que o peemedebista estava faltando com o respeito. Disse também que, antes de conversar com Beto, Doático deveria esperar que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) confirmasse a reeleição do governador Roberto Requião.

O assessor de assuntos para Curitiba rebateu, dizendo que iria esperar pelo assessor de Beto fora da prefeitura. ?Eu vim aqui com todo o respeito. Coloquei terno e gravata. Estou respeitando. Mas lá fora nossa conversa vai mudar?, disse Doático. Feltrin não saiu da prefeitura.

Feltrin e Doático já estiveram do mesmo lado. Os dois militaram juntos no antigo MDB. Feltrin era um aliados de confiança de Requião, junto com Doático, quando o governador administrou a prefeitura de Curitiba, na década de 80. Feltrin rompeu com o grupo e se filiou ao PSDB.

Doático disse que foi à prefeitura com a tranqüilidade dos vitoriosos. E que sua intenção é fazer com que a prefeitura de Curitiba acompanhe o ritmo do governo do estado. ?Volto e também devo encontrar o prefeito em outros momentos. Porque esperamos que o roteiro dele coincida com o roteiro social do estado. Por enquanto, o roteiro dele é do gabinete à sauna do Country Clube. Espero encontrá-lo no Parolin?, atacou.

Troco

Antes da ida de Doático ao gabinete de Beto, a prefeitura de Curitiba apresentou sua versão de interlocutor junto ao Palácio Iguaçu: o assessor de Assuntos Comunitários, Paulinho Payakan. A prefeitura informou que ele estava propondo a Requião a discussão de uma ?agenda positiva? para enfrentar problemas que atingem a popopulação. Entre estes problemas Payakan citava ?o novo aumento do pedágio previsto para 1.º de dezembro, a retomada do crescimento econômico, a falta de investimentos na infra-estrutura do estado e a crise na agricultura?.

Conforme o assessor de Assuntos Comunitários, é preciso deixar de lado as preocupações eleitorais. ?É hora, também, de descer do palanque eleitoral e governar para todos os paranaenses?, afirmou o assessor. Ele encaminhou a Requião um pedido de audiência.

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