Indefinido, PSDB escolhe presidente

Ao que tudo indica, só no último momento o senador Alvaro Dias vai anunciar publicamente a sua disposição de disputar a presidência do diretório regional do PSDB, ocupada interinamente pelo vice-presidente Hermas Brandão desde a renúncia do prefeito de Curitiba, Beto Richa. Amanhã, a partir das 11h, o diretório se reúne no Hotel Rayon, em Curitiba, para definir quem vai comandar o partido até agosto, quando as convenções renovarão os diretórios estadual e municipais para os próximos dois anos.

Na sexta-feira ele passou o dia em Curitiba, em conversas com os correligionários com poder de desatar esse imbróglio e decidiu que vai para o embate com o deputado estadual Valdir Rossoni, líder da oposição na Assembléia Legislativa e candidato declarado desde o primeiro momento. O senador havia dito aos companheiros mais próximos que só enfrentaria a eleição se tivesse confiança na possibilidade de vitória.

Na tentativa de chegar a uma solução de consenso, o senador arriscou-se a propor a apresentação de um tercius que seria, evidentemente, de seu grupo. Chegou-se a aventar os nomes do deputado federal Luiz Carlos Hauly, do ex-deputado Olivir Gabardo e até o do ex-prefeito de Araucária, Albanor Gomes. Rossoni, respaldado por seus apoiadores, deixou claro que não aceita arredar pé da candidatura: ?Entrei na disputa para o que der e vier. Não vejo qualquer problema na disputa?, declara, confiante de que seu grupo detém a maioria dos votos dentro da atual formação do diretório.

Queda-de-braço

Com o mandato encerrando no ano que vem, Dias acalenta o projeto de concorrer novamente ao Palácio Iguaçu. E o primeiro passo nessa direção seria retomar o comando da sigla tucana, o que facilitaria o trabalho de pavimentação da candidatura a governador. A idéia, porém, não é uma unanimidade entre os tucanos. Outro grupo, igualmente forte e que tem entre seus integrantes o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão – aspirante à candidatura ao Senado -, o prefeito de Curitiba Beto Richa, de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau e a bancada estadual, estaria mais propenso a manter a aliança formada nas eleições do ano passado em torno de uma eventual candidatura do senador Osmar Dias (PDT), considerado a bola da vez para um possível confronto com o governador Roberto Requião (PMDB) e o candidato do PT.

Nesse quadro, o comando do diretório ganha importância estratégica fundamental. Mesmo que seja por um mandato tampão. As chances de quem já estiver lá são maiores para a eleição do diretório que vai conduzir o PSDB pelos próximos dois anos e, principalmente, na definição de candidaturas e alianças para 2006.

Os dois grupos confiam na própria força e, ao que tudo indica, só a apuração dos votos na segunda-feira vai mostrar quem tem razão. Em meio a guerra surda dos bastidores, correu forte o boato de que, na hipótese de uma derrota, Alvaro e seu grupo bateriam em retirada, rumo ao partido de Severino Cavalcanti.

Diplomático, o prefeito Beto Richa, cuja renúncia abriu a possibilidade da eleição para o mandato tampão, afasta as especulações: ?Não creio que isso aconteça. Apesar da disputa, que é natural da prática democrática, acredito que eventuais divergências serão superadas e harmonizaremos as alas concorrentes?, arrisca, sem, entretanto, adiantar a sua preferência: ?O voto é secreto?, desconversa.

Votam amanhã para eleger o novo presidente do PSDB os 45 membros do diretório regional.

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