Hermas Brandão oficializa inscrição para vaga no TC

O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), formalizou sua inscrição como candidato a conselheiro do Tribunal de Contas. A vaga foi aberta com a morte do conselheiro Quielse Crisóstomo no ano passado e deveria ter sido assumida pelo vice-governador Orlando Pessuti (PMDB). Mas, reeleito, Pessuti optou por cumprir seu segundo mandato no Palácio Iguaçu e renunciou à indicação, aprovada pela Assembléia Legislativa em março deste ano.

As inscrições estão abertas desde quarta-feira (6), e se encerram na próxima segunda-feira (11). Até ontem, além de Brandão, um outro candidato se inscreveu: o ex-secretário de Obras do governo Jaime Lerner (PSB), Augusto Canto Neto. Ele participou da eleição anterior, em março, quando concorreram 25 candidatos, e não obteve votos.

Brandão estava no estado do Pará ontem e disse a O Estado que foi consultado por vários interessados no cargo, perguntando sobre suas intenções de disputar o cargo. ?Mais de vinte pessoas me telefonaram, dizendo que estavam esperando minha decisão. Se eu não me inscrevesse, elas iriam apresentar a candidatura. Então, resolvi formalizar a inscrição. A intenção é avisar que estou na parada?, disse o deputado tucano.

À espera

Na próxima semana, já será formada a comissão especial que vai analisar as candidaturas. Os partidos já foram convocados a indicar seus representantes. A votação em plenário do parecer da comissão será votada no dia 18 ou no mais tardar, no dia 19. A escolha vai encerrar as atividades desta legislatura. A posse do futuro conselheiro ainda não tem data definida. Não existe prazo previsto em lei para que o indicado assuma. Pessuti ficou nove meses indicado e acabou não assumindo. Brandão não deve demorar tanto, se for eleito, mas também não pretende tomar posse de imediato.

O presidente da Assembléia Legislativa ainda aguarda uma decisão do Tribunal de Justiça sobre o seu pedido de remoção como serventuário da Justiça para Curitiba. Seu cartório funciona há quase quarenta anos em Andirá e depende de uma autorização do TJ para que as atividades sejam transferidas para Curitiba.

Brandão demorou a se decidir pela disputa da vaga do TC. Ele não escondeu sua preferência por atuar na iniciativa privada e manter-se como serventuário da Justiça. Convidado pelo governador Roberto Requião (PMDB) para assumir uma secretaria – ele poderia escolher a área – o presidente da Assembléia Legislativa recusou.

Brandão foi o líder do grupo tucano que apoiou a reeleição de Requião, se opondo à ala que participou da campanha do senador Osmar Dias (PDT) ao governo. A campanha eleitoral dividiu o PSDB do Paraná e estremeceu as relações entre Brandão e o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, que se aliou a Osmar e foi o autor do pedido para que a aliança aprovada em convenção entre o PSDB e o PMDB fosse anulada pela direção nacional.

Se Brandão for indicado ao Tribunal de Contas, os atritos partidários desaparecem. Para o deputado assumir a vaga, ele terá que se desligar do partido. Nesse caso, a direção do PSDB já conta com a possibilidade de todo o grupo de Brandão deixar a legenda no Paraná. Isso significa perder prefeituras, já que mais da metade dos prefeitos tucanos é alinhada a Brandão.

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