Greca não aceita ser “prefeito de mentira”

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Greca: "Já fui prefeito de verdade".

Apesar de receber como um "ato de cordialidade" do presidente do diretório municipal do PMDB, Doático Santos, o convite para chefiar o gabinete paralelo da oposição municipal, o deputado estadual Rafael Greca (PMDB) recusou: "A experiência do PT tem mostrado que esses gabinetes paralelos acabam se revelando continuistas e mais realistas do que o rei a quem condenavam. Não preciso de factóides. Não me sentiria bem sendo prefeito de mentira num gabinete de oposição. Afinal, eu já fui prefeito de verdade de Curitiba".

Greca destacou que prefere dar um crédito de confiança, por um período de tempo, aos governantes que assumem, "até em respeito ao fato de que lá estão por vontade expressa da maioria da população". E adiantou que vai mesmo é se dedicar a uma ampla campanha de capacitação dos cidadãos para o pleno emprego, que espera dar origem a uma Frente Parlamentar pelo Pleno Emprego: "Prefiro levantar a bandeira positiva de oferecer a ocasião de capacitação para todos os que estão em busca de uma chance no mercado de trabalho, por meio de mutirões com agências de emprego, assistentes sociais, enfim, todos os que puderem colaborar, através da ação voluntária, para resgatar a auto-estima da população brasileira, tão maltratada pela política neo-liberal do governo Lula".

Sugestão

Greca disse que ofereceu a proposta ao PMDB municipal, por entender que ela pode trazer mais benefícios para os curitibanos do que o mero exercício da crítica. Sua idéia é transformar a campanha numa ampla mobilização, com visitas a bairros, comunidades, associações de moradores. A ação se concentraria a princípio em Curitiba, se estendendo aos municípios da Região Metropolitana. Numa carta enviada esta semana ao governador Roberto Requião (PMDB), em resposta à distribuição de cópias do manifesto elaborado pelo economista Carlos Lessa, o deputado apresenta sua proposta, sugerindo que ela seja encampada pelo PMDB: "É preciso implementar uma ação política nesse sentido, mostrando que algo se move em favor dos desvalidos. Lula ainda não fez. Então nós temos que fazer. Eu sei fazer e, mais do que criticar, tenho que fazer".

Sobre a afirmação de Doático, de que ele poderá ser o candidato do PMDB municipal ao Senado em 2006, considerou a discussão extemporânea. "Qualquer candidatura lançada agora tende a fenecer. As perspectivas para 2006 pertencem a um novo horizonte a ser amplamente discutido com a militância, os deputados, os prefeitos, no tempo propício. Lançamentos antecipados soam como a crônica da morte anunciada. Vejam o exemplo da candidatura Vanhoni", ironizou. Greca disse que sua sugestão foi bem recebida por Doático, com quem se reuniu ontem em seu escritório.

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