Greca decide oficializar pré-candidatura a prefeito

As manobras da ala pe-emedebista que defende a aliança com o PT já no primeiro turno das eleições em Curitiba não desestimulam o deputado estadual Rafael Greca, que se prepara para colocar o nome à disposição do partido nas próximas semanas.

“No PMDB é muito forte a corrente pró-candidatura própria. Engana-se quem considera consolidada a aliança com o PT no primeiro turno”, observa, revelando que um encontro nacional da legenda, marcado para o dia 4 de março, em São Paulo, vai justamente debater a tese do lançamento de candidatos próprios nas capitais. Assim como o deputado federal Gustavo Fruet, que postula a indicação desde o ano passado, Greca vai participar do evento, que terá lugar na sede da Fundação Pedroso Horta.

O deputado afirma que sua posição em favor da candidatura própria não é pessoal, mas partidária: “Nos próximos dias, vou protocolar uma carta no diretório estadual do PMDB, formalizando a minha disposição de concorrer à prefeitura. Acho que os constituintes de 1988 foram sábios quando, guiados pelo deputado Ulysses Guimarães, decidiram pela eleição em dois turnos, permitindo que as forças democráticas mantivessem a identidade partidária e só após se compusessem para a eventual conquista do poder”.

Para Greca, se o partido abrir mão de um candidato de suas próprias fileiras, corre o risco de ver minguar a bancada na Câmara Municipal: “Sem candidato, o PMDB não deve fazer mais que dois vereadores. Com candidato, pode fazer de 10 a 12”, avalia.

Sem obstáculos

Sobre a possível preferência do governador Roberto Requião pela aliança com o PT, Greca pondera que não ouviu dele nada a esse respeito nem teve qualquer restrição à sua postura, assumida publicamente: “O governador disse que conversará a respeito em abril ou maio. Mas nunca me impediu de expor a vontade de disputar. Aliás, membros de sua família até me estimulam a concorrer”, afirma.

E enfatiza que é “um dever do PMDB para com Curitiba lançar candidato às próximas eleições. Partidos são alternativas de poder e vias de expressão de idéias”. Ele acha que seu currículo o qualifica a pleitear a indicação dos correligionários: “Fui prefeito de Curitiba, fui o primeiro colocado no concurso para o Ippuc, como prefeito, recebi da ONU em 1996 o Prêmio Habitat pelo conjunto de ações de minha administração e não vou ficar embaixo da mesa. Até porque não há mesa que me esconda”, brinca o ex-prefeito.

Greca diz que mantém uma relação de cordialidade com o deputado Gustavo Fruet, seu concorrente dentro do PMDB, “reconheço grandeza de propósitos em todas as pessoas que querem servir Curitiba na condição de prefeito”, e informa que não tem mantido conversas com outros candidatos para tratar de eventuais apoios no segundo turno: “Tenho que conversar com o povo e fazer oposição ao atual prefeito, questionando-o em seus equívocos. Conversas sobre alianças no primeiro ou no segundo turno devem ser conduzidas pelo partido”, arremata.

Deputado sofre derrota

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu ontem pedido do deputado estadual Rafael Greca (PMDB) para que o inquérito que corre contra ele passe a correr em segredo de Justiça. Greca foi indiciado pelo Ministério Público Federal do Paraná, junto com sete pessoas, em maio de 2002.

No seu despacho, Mello afirmou que “não há que se falar em preservação da privacidade, se a ruptura da esfera de intimidade financeira e fiscal resultou de ato voluntário do próprio titular das informações que lhe são pertinentes”.

Greca havia pedido que fossem juntadas aos autos suas declarações de imposto de renda, para, “através da transparência da declaração de bens e rendimentos, fazer prova do já notório caráter ilibado do mesmo”. A assessoria jurídica do deputado requereu que o inquérito tramitasse em segredo de justiça por causa da “confidencialidade dos documentos ora juntados”.

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