Governo corta até área social ao turbinar Bolsa Família

O governo passou a tesoura até no orçamento de ministérios da área social ao mesmo tempo em que anunciava a ampliação do programa Bolsa Família. De acordo com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, boa parte das emendas incluídas no Orçamento por sugestão das bancadas estaduais e de comissões do Congresso deverão ser canceladas por decreto para recompor os investimentos da área de infraestrutura e também social.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, deve ganhar mais R$ 4 bilhões, além dos R$ 19 bilhões previstos no Orçamento. A forma encontrada para conciliar a necessidade de reduzir o valor total das despesas e ampliar as verbas de alguns programas considerados prioritários, como Bolsa Família e Merenda Escolar, é remanejar os recursos já embutidos na lei orçamentária.

Na quarta-feira (28), o governo ampliou o universo potencial de beneficiários do Bolsa Família ao elevar de R$ 120 para R$ 137 a renda per capita máxima para inclusão no programa. Isso deve elevar os gastos em cerca de R$ 550 milhões neste ano.

Os ministérios da Saúde e da Educação perderam, respectivamente, R$ 2 bilhões e R$ 866 milhões pela programação orçamentária do Executivo. O Ministério do Planejamento prepara, agora, uma ampla revisão do orçamento dos ministérios para ser divulgada até março, quando um decreto definirá o tamanho final do corte nos gastos públicos.