Gilmar Mendes evita constranger Lula e Arruda

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, aproveitou seu discurso de improviso na solenidade pelo Dia Internacional Contra a Corrupção para fazer um histórico sobre como a corrupção se instalou no País. Começou lembrando a carta de Pero Vaz Caminha, que pediu um emprego para um parente, e fez uma reconstituição dos episódios de corrupção que marcaram os últimos anos. Seguiu pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor e pela crise do orçamento no Congresso (CPI dos Anões). Quando chegou nos últimos governos, Mendes, para evitar constranger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também não citar o governo Arruda, chamou os mensalões de “episódios graves de corrupção política que aconteceram aqui e acolá”.

Gilmar anunciou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai aprovar a criação do Siafi do Poder Judiciário, para dar transparências às contas e permitir a uniformização e unificação das despesas dos tribunais.

Ao citar os “graves problemas” do Judiciário, o ministro exemplificou com o que está acontecendo em Alagoas. “A Justiça criminal estava em colapso” e crimes que teriam de ser julgados por júri popular estavam prestes a prescrever, disse o presidente do STF e do CNJ.

O governador tucano de Alagoas, Teotônio Vilella, foi o único governador a aparecer nos quase 30 depoimentos exibidos pelo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, falando contra a corrupção.