General Cureau não teme instabilidade

A crise política deflagrada pelas denúncias sobre o pagamento de mesadas para deputados da base aliada votarem a favor do governo na Câmara Federal não preocupa o novo comandante da 5.ª Região Militar e 5.ª Divisão de Exército, general Luiz Alberto Cureau. O comandante disse que o País tem maturidade para superar os problemas, sem nenhuma ameaça à estabilidade política.

"O Brasil é maduro o suficiente para passar por essas turbulências e superá-las", comentou o general, que ontem esteve se apresentando ao governador Roberto Requião (PMDB) e ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB). Para o comandante, "essas crises são passageiras" e podem ser contornadas sem ameaçar a estabilidade política do País, disse o general, que assumiu o comando da 5.ª Região Militar no último dia 23, vindo da 3.ª Divisão do Exército de Santa Maria (RS).

O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), afirmou que a crise não interessa aos tucanos e que a oposição tem a responsabilidade de manter a governabilidade. O deputado tucano, que também é vice-presidente estadual do PSDB, rebateu os argumentos de setores do governo que vêem as denúncias como mais um lance na guerra entre petistas e tucanos. Brandão afirmou que o PSDB tem que crescer a partir de suas próprias propostas e projetos e não sobre os abalos alheios. "Não tem dividendos eleitorais porque um fato que traz prejuízo aos partidos traz prejuízos ao País", comentou o tucano.

Mas Brandão admite que o momento inspira comparações e que neste caso, os tucanos saem em vantagem. "Agora, dá para se fazer uma comparação entre um e outro governo. Nós pegamos um governo com 80% de inflação anual e jogamos lá para baixo. O que acontece é que o Lula era um bom piloto de Cesna (um avião bimotor) e deram um Boeing (avião de grande porte) para ele pilotar", afirmou o tucano.

O governador ainda não se manifestou sobre a crise política. Segundo seus assessores, ele não vai deixar que suas discordâncias da política econômica do governo possam servir de munição para setores conservadores, liderados por tucanos, cujo intento é atacar o presidente da República e desqualificar o governo petista.

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