O deputado Fernando Francischini, do PSDB do Paraná, defendeu, durante a segunda reunião da CPMI do Cachoeira, na quarta-feira (2), uma investigação ampla da construtora Delta – suspeita de ter negócios ilegais com o grupo do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, e maior construtora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na avaliação do paranaense, o dono da companhia, Fernando Cavendish, não pode ficar de fora da lista de convocados.
“As obras da Delta têm que ser investigadas em todo o país. A promiscuidade entre o poder público, o senhor Fernando Cavendish e a Delta é aparente aos olhos da opinião pública. Temos que ouvi-lo. Só dessa forma teremos transparência na apuração”, destacou o deputado.
A CPMI aprovou o plano de trabalho para investigar as relações de políticos e empresas com o bicheiro. Além disso, mais de 50 requerimentos foram aprovados.
Em mais de cinco horas de reunião, os parlamentares debateram a proposta para plano de trabalho do relator Odair Cunha, que acolheu sugestões dos tucanos e dos demais membros da comissão.
O plano de trabalho aprovado inclui a investigação de integrantes do Poder Executivo nas três esferas – no início, o plano citava apenas integrantes dos governos estaduais.
O número de reuniões semanais da CPMI foi ampliado de duas para três. Os deputados e senadores aprovaram a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de Cachoeira. Já a quebra de sigilo da construtora Delta deve ser analisada na próxima reunião. A eleição do vice-presidente da comissão também foi adiada.
Na próxima semana a CPMI deve ouvir o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Sousa, responsável pela Operação Vegas; o delegado Matheus Mella Rodrigues e os procuradores do Ministério Público Daniel de Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, responsáveis pela Operação Monte Carlo.
Essas audiências serão secretas. Cachoeira deve ser convocado para depor no dia 15 de maio. Outras pessoas apontadas como integrantes do esquema vão ser ouvidas nos dias 22 e 24 de maio. Já no dia 31 de maio, a CPMI ouve parlamentares supostamente envolvidos com o bicheiro.