Ficinski beneficiou filho com Canal da Música

O ex-diretor geral da secretaria Roberto Santoro confirmou ontem aos deputados que integram a CPI da ParanáCidade que o filho do ex-secretário de Desenvolvimento Urbano Lubomir Ficinski, o arquiteto João Guilherme Ficinski Dunin, recebeu R$ 60 mil pela criação do projeto do Canal da Música.

O contrato foi assinado pela Secretaria da Cultura para que o ex-secretário fosse poupado de cobranças por conta do parentesco com o arquiteto contratado, explicou Santoro aos deputados. Ele assumiu a secretaria quando Lubomir deixou o cargo para ser o candidato a vice-governador na chapa de Beto Richa (PSDB).

Segundo o presidente da CPI, deputado José Maria Ferreira (PDT), Santoro sustentou que não houve irregularidades na contratação de João Guilherme porque o projeto de criação do Canal da Música foi uma idéia original do pai do arquiteto. Ficinski, segundo Santoro, transferiu ao filho todos os direitos autorais do projeto.

O presidente da CPI afirmou que Santoro deverá ser reconvocado. Algumas das suas explicações estão sendo checadas pelos integrantes da CPI. Santoro disse aos deputados que a polêmica obra do Museu Oscar Niemeyer foi antecedida por duas licitações. Nas duas vezes, as empresas apresentaram custos superiores ao preço máximo estabelecido para os serviços de engenharia de um dos anexos, que era de R$ 22 milhões. A empresa que acabou ficando com as obras, a Cesb Engenharia e Empreendimentos, havia participado das duas licitações e aceitou assumir o serviço pelo teto, afirmou o ex-diretor-geral da Secretaria.

O presidente da CPI chamou a atenção dos deputados ao fato de o contrato ter recebido um aditivo no percentual de 25% sobre o valor total, durante a realização das obras. “Estamos analisando todos os documentos para ver até onde vai a regularidade destes procedimentos”, disse Ferreira. Os deputados também estão tentando obter os recibos do pagamento feito ao arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto do museu. Niemeyer teria recebido R$ 1,7 milhão pelo seu trabalho.

Santoro também foi questionado sobre a contratação de uma empresa para organizar o funcionamento do museu. A Base Sete recebeu duas parcelas de R$ 814 mil pelo serviço. A empresa foi criada um mês antes da assinatura do contrato. Segundo Santoro, a escolha da empresa foi motivada pelo currículo dos seus profissionais.

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