Fernanda Richa e Ricardo Barros apresentam propostas

Fernanda Richa, esposa do governador eleito Beto Richa e secretária nomeada para a pasta da Família e Desenvolvimento Social acredita que o rumo para as ações do Estado voltadas à mulher, à criança e ao adolescente devem caminhar junto com os projetos sociais para que tenham maior eficácia. Em conversa com O Estado, a primeira-dama estadual disse que, sem ações interligadas, perde-se tempo e dinheiro.

O Estado – A partir de janeiro a senhora terá a missão de cuidar das áreas de ação social e da criança e do adolescente, unidas na Secretaria da Família e Desenvolvimento Social. Não é muito serviço e muitas questões a receberem cuidados em uma pasta só?

Fernanda Richa – São ações interligadas. Quando entramos na prefeitura de Curitiba estava tudo segmentado. Cada membro da família era atendido separadamente e resolvemos atender a família como um todo.

Além de perder tempo, pessoal e muitas vezes, dinheiro, a gente se perdia nas ações porque cada um agia de uma forma. Ao invés disso, fizemos o programa Família Curitibana.

No Estado, não deve ser diferente. Vamos trabalhar no desenvolvimento social das famílias carentes. É um desafio, mas tem muita gente boa e capacitada no Estado. Parte da equipe estou levando comigo e parte fica, porque os trabalhos em Curitiba devem continuar.

OE – A união das secretarias para áreas importantes do governo vai precisar de aumento no quadro de funcionários para dar conta do trabalho?

FR – Acho que o quadro não deve aumentar. Deve aumentar as pessoas de confiança que você traz, mas vamos enxugar bastante para que possamos ter agilidade no processo. Houve falta de vontade dos governos anteriores de não terem tido essa vontade de dialogar para saber as necessidades, mas isso é passado.

OE – E como começar esse trabalho?

FR – Andei o Paraná inteiro durante dois anos e meio e a necessidade prioritária a gente já sabe. O Estado será co-financiador em ações. Quero estar ativamente nos municípios, conversando com prefeitos e primeiras-damas para adequar as políticas públicas em cada cidade, atendendo bem, com qualidade.

Diálogo franco e aberto, não só trabalho, mas também amizade. A prioridade é o respeito, a consideração, que as pessoas sejam ouvidas. Antes era colocado de qualquer forma.

Precisamos de uns 15, 20 dias para que as pessoas se conheçam e se integrem e depois desse prazo são vários projetos que vamos colocar em prática logo no início.

OE – O setor de criança e adolescente tem especificidades próprias, principalmente na área da segurança. Esse trabalho não terá prejuízo com a união das secretarias?

FR – Não. Vamos trabalhar com todos os segmentos. Todos estão embaixo do mesmo guarda-chuva, que é a família. Hoje não é mais só pai, mãe e filhos, tem também tia, sobrinhos, avós e todos os membros serão atendidos da mesma forma.

Estaremos junto com a Secretaria de Estado da Educação para atender alunos que estão fora da sala de aula. Em Curitiba eu dizia sempre que era mulher do prefeito e tinha por obrigação fiscalizar tudo. É isso que as pessoas esperam de um gestor.

Ricardo Barros: “o capital será amigo do Estado”

Ciciro Back
Barros: de portas abertas.

Tido como grande conhecedor da área tributária, o deputado federal Ricardo Barros (PP), futuro secretário estadual de Indústria e Comércio, afirmou ontem a O Estado que pretende fortalecer a indústria regional, para que se ganhe competitividade em relação aos produtos que são importados pelo Paraná.

O Estado – Como deve ser sua gestão à frente da pasta?

Ricardo Barros – Vai ser dinâmica, conheço bem a questão que envolve a indústria do Estado e, enquanto fui vice-presidente da Fiep e nos mandatos como deputado federal, adquiri uma boa relação com o governo federal e conheço as demandas do setor, as questões trabalhistas, cambiais e tributárias.

Isso vai nos permitir uma interlocução importante com o governo federal. Estou vendo com o governador eleito quais são as metas que ele quer estabelecer. Vamos criar a Agência de Desenvolvimento do Paraná e implantar um programa de incentivos para as empresas que estão no Paraná produzirem o que o Estado está importando para valorizar nossa indústria.

É preciso ainda fazer uma pesquisa para ver quais são esses produtos. Vamos consolidar a marca Paraná, destacando os produtos feitos no Estado, em uma ação transversal de prestígio em diversas marcas, além de fortalecer a pequena e a microempresa, que são os maiores empregadores do nosso Estado.

OE – O Banco Central já anunciou medidas que devem frear as vendas e a produção da indústria nacional. Quais os efeitos que as indústrias paranaenses devem sentir?

RB – Ainda não posso afirmar. Estamos com 15% no crescimento da produção industrial no Paraná, mas enfrentando queda nos últimos meses. Há que se tomar uma medida forte para reverter esse quadro, mas ainda não sabemos em quais setores.

OE – Dentro dessa política de fusões e aquisições, quais os benefícios para o Paraná?

RB – O capital será amigo do governo. Quem quiser vir para o Paraná e gerar empregos, contribuindo para a arrecadação do Estado, será bem-vindo. Mas também precisamos fortalecer as empresas que aqui estão.

OE – Qual a sua opinião sobre a unificação do ICMS?

RB – Eu sou favorável, se pensar que poderíamos transformar todo o País em uma economia mais competitiva, mas é preciso discutir isso com o futuro secretário da Fazenda (Luiz Carlos Hauly).

OE – Existem rumores de que sua nomeação para a secretaria seria um atalho para disputar a presidência da Fiep. Quais suas pretensões sobre esse cargo?

RB – Considero prematura a discussão, a eleição é apenas em agosto do ano que vem. Trabalharemos para ter um nome consensual. Sei que é uma questão que está posta. Fui sondado por vários diretores sobre a possibilidade de concorrer, mas estou trabalhando na hipótese da chapa de consenso.