É corrupção!

Ex-tesoureiros de Yeda Crusius e do PMDB estão entre réus do caso Banrisul

O tesoureiro da campanha de Yeda Crusius (PSDB) ao governo do Estado do Rio Grande do Sul em 2006, Rubens Bordini, e o tesoureiro do PMDB entre 2009 e 2010, Rodolfo Rospide Neto, estão entre os 25 réus de processo por fraudes contra o Banco do Estado do Rio Grande do Sul detectadas pela Operação Mercari da Polícia Federal.

A investigação iniciada no final de 2009 tornou-se pública em setembro de 2010, com a prisão temporária de quatro pessoas. Nesta semana o Ministério Público do Estado (MPE/RS) encaminhou denúncia à Justiça, que abriu processo contra os supostos participantes das irregularidades e divulgou seus nomes na sexta-feira.

O MPE/RS apontou que duas agências de publicidade que detinham contratos com o Banrisul terceirizavam serviços necessários a ações de marketing em eventos como feiras, festas e exposições. Os fornecedores simulavam concorrências e superfaturavam os preços, prejudicando o banco e dividindo o resultado entre os participantes da rede. O valor da fraude está estimado em R$ 5 milhões.

Entre os réus estão um ex-diretor do Banrisul, já afastado, diretores e funcionários de agências de publicidade e responsáveis pelas diversas empresas que participaram das concorrências. A acusação não aponta o destino que os beneficiários do esquema davam aos valores que teriam recebido nem fala em transferências para campanhas políticas.

Rubens Bordini, que foi vice-presidente e diretor de marketing do Banrisul entre 2007 e 2010, diz que “recebia parte dos valores desviados e beneficiava-se do esquema”.

Rospide Neto diz que “se valeu da sua condição de ex-assessor da presidência do Banrisul, na gestão do ex-presidente Fernando Guerreiro de Lemos”, entre 2003 e 2006, “bem como de seus contatos políticos, para estabelecer e manter o esquema de desvios e apropriação de recursos do Banrisul, primordialmente por meio do pagamento de ações de marketing superfaturadas”.

Bordini e Rospide mostraram-se surpresos com a acusação. “Das milhares de ligações telefônicas que a operação ouviu nenhuma é minha”, ressalta Bordini, mostrando-se convicto de que foram feitas ilações que poderá desmentir no processo. Rospide alega que ainda não foi intimado para não entrar em detalhes do caso. “Não tenho nada a ver com isso”, garante.