O homem falou

Escândalo: Derosso faz pronunciamento na Câmara e diz que não tem nenhuma culpa

O presidente da Câmara Municipal de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB),  suspendeu a sessão desta terça-feira logo em seu iníico para fazer um pronunciamento a respeito das denúncias contra ele por conta de licitações com verbas de publicidade, que beneficiaram agência de sua mulher, Claudia Queiroz Guedes. Derosso reclamou de não estar tendo oportunidade de se defener e disse sentir-se na inquisição espanhola. Com a sessão suspensa, nenhum vereador pode fazer aparte ou questionamento ao presidente.

O vereador tucano disse que as recentes notícias que o atingem politica e pessoalmente, também afetam a imagem da Casa. No entanto, alegou que sua trajetória política sempre foi responsável e transparente. Ele afirmou que não está sendo positivo o seu esforço para esclarecer as denúncias, “porque a cada dia me julgam e me condenam”.

Derosso alegou que tecnicamente e juridicamente, todos os esclarecimentos que deviam ser feitos sobres as licitações que beneficiam empresa de sua mulher, já foram dados. E que a contratação de publicidade de 2006 cumpriu os princípios e normas que regem as licitações públicas.

Ele disse ainda que todas as contas da Camara Municipal de Curitiba de 2006 a 2009, que continham os gastos com publicidade, foram julgadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná. E que os valores divulgados pela imprensa são informados de forma exagerada “por desconhecimento ou por má fé”. O tucano alegou que se sente tolhido no seu direito de defesa.

Sobre os funcionários fantasmas, que eram quatro pessoas, que entre 1997 e 2007 exerciam cargos em gabinete do vereador Ede Abib, irmão de Abib Miguel, ex-diretor geral da Assembleia Legislativa, Derosso disse que estas nomeações são de responsabilidade de cada parlamentar.

Sobre João Leal de Matos, que trabalhou nas comissões entre 2005 e 2006, o funcionário assinou declaração dizendo não ter nenhum outro vínculo com orgão publico. Por orientação de seu advogado, Derosso disse que não ia dar entrevistas.

A Comissão de Ética da Câmara marcou reunião para amanhã às 13h30, para tratar do assunto. No fim da sessão, já sem a presença de Derosso, a Câmara aprovou seis pedidos de informação requerendo cópias dos contratos, do edital, dos aditivos, informações sobre as empresas vencedoras do certame, seus proprietários, montante gasto, ações de publicidade desenvolvidas, entre outros. Apesar da aprovação dos pedidos de informação, a bancada de oposição cobrou uma sessão especial para que possa fazer os questionamentos diretamente ao presidente da Casa. “Isso que o Derosso fez não é esclarecimento. Esclarecer é ouvir e reponder as perguntas de todos os vereadores”, disse a vereadora professora Josete, do PT.