Disputa para Senado deve levar tucanos a prévia em SP

A acirrada disputa que está sendo travada nos bastidores do PSDB com vistas às eleições 2010 não se restringe apenas ao embate entre os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, para a escolha da cabeça de chapa da legenda à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em São Paulo, outro embate começa a agitar o ninho tucano nessa fase de pré-campanha: a corrida pela vaga ao Senado Federal. A disputa está tão acirrada que a realização de prévia para a escolha do candidato já vem sendo discutida pelos correligionários e deverá ser a única maneira de aplacar os ânimos e definir pacificamente o nome tucano que vai entrar nessa briga.

Cinco lideranças tucanas já colocaram seus nomes para a disputa ao Senado. São eles: o presidente estadual do PSDB de São Paulo, deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame, o líder da legenda na Câmara dos Deputados, José Aníbal, os secretários estaduais da Educação, Paulo Renato, e do Meio Ambiente, Francisco Graziano, e o deputado federal Antonio Carlos Pannunzio. Todos pleiteiam a vaga e como não há, até este momento, intenção de desistência de nenhum deles, a realização de prévia deverá ser colocada em prática. O mesmo expediente também poderá ser utilizado para definir os candidatos à Presidência da República e ao governo do Estado, disputado pelos secretários da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, e do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin.

Apesar de dispor de duas vagas para concorrer ao Senado, os correligionários do PSDB deverão ficar, na prática, com apenas uma vaga nessa disputa. Isso porque uma das vagas já foi definida para o PMDB de Orestes Quércia, num acerto fechado nas eleições municipais de 2006 e que possibilitou a reeleição do prefeito da Capital, Gilberto Kassab (DEM). A aliança com o PMDB no Estado é considerada essencial pelos tucanos, além da capilaridade desse partido, o PMDB dispõe do maior tempo da propaganda partidária no rádio e na TV. Além disso, esse acordo foi firmado com a chancela de uma das maiores lideranças do PSDB e virtual candidato à Presidência da República, o governador José Serra.

Neste cenário pré-eleitoral, onde os tucanos caminham com muitos nomes para poucas vagas, a composição da chapa das eleições proporcionais – que irão definir os deputados federais e estaduais – também estão no centro das preocupações do PSDB. Como a eleições para a Presidência da República será muito disputada, as lideranças tucanas querem eleger o maior número possível de parlamentares, a fim de que a bancada federal possa dar sustentação a um eventual mandato tucano no Palácio do Planalto a partir de 2011. Na eleição de 2006, os tucanos elegeram 17 dos 80 deputados da bancada paulista na Câmara federal.