Disputa no PMDB esquenta corrida eleitoral em Curitiba

Os peemedebistas entraram na reta final da decisão sobre a participação do partido na sucessão municipal em Curitiba.

Ontem, a oito dias da convenção marcada para a próxima terça-feira (dia 15), o diretório municipal inscreveu a chapa propondo a coligação com o PT e indicando o ex-secretário estadual de Assuntos Estratégicos Nizan Pereira como candidato a vice-prefeito na chapa que deve ser encabeçada pelo deputado estadual Angelo Vanhoni.

Os deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca também apresentaram ontem ao diretório municipal o pedido de registro de suas pré-candidaturas à Prefeitura de Curitiba, enfrentando a resistência da ala que defende a aliança com o PT. Os dois defensores da candidatura própria decidiram levar até o fim a luta para que sua tese seja vencedora.

Segundo o presidente da executiva municipal, Doático Santos, o bate-chapa entre a ala pró-aliança e o grupo pró-candidatura própria terá um colégio eleitoral de 63 delegados e 115 votos. Alguns delegados têm direito a mais de um voto. Doático disse ainda que o partido aceitou o registro de Gustavo e Greca, mas que os dois serão notificados hoje para completar suas chapas, em conformidade com o que dispõe o estatuto do partido, indicando os pré-candidatos a vice-prefeito.

Placar

De acordo com o dirigente partidário, neste momento o placar no partido é favorável à aliança. Conforme o presidente municipal do PMDB, a previsão é que a proposta de coligação com o PT vença a convenção com uma larga vantagem. Dos 115 votos, 62 são pela aliança e outros 49 contra. A abstenção seria de quatro votos. Fruet contesta o prognóstico. Para ele, as duas facções estão praticamente empatadas. Na semana passada ele encaminou pedido de informações ao diretório sobre a lista dos votantes, quem é titular e quem é suplente, e o motivo por que vota. Ele também está pedindo que o PMDB garanta a segurança da convenção, marcada para o dia 15, e discordando da possibilidade de ampliação do colegiado com a inclusão de delegados à convenção estadual. Amanhã, em companhia do deputado Rafael Greca, ele entrega o manifesto em defesa da candidatura própria ao governador Roberto Requião.

Greca se baseia em pesquisa

Animado pelos resultados da pesquisa realizada em Curitiba pelo instituto Toledo & Associados na última semana de maio, a pedido do Comitê Metropolitano do PMDB Jovem, o deputado Rafael Greca – que aparece na terceira colocação – também enviou carta ao presidente do diretório regional, deputado Dobrandino Gustavo da Silva: “Tomei essa iniciativa, estimulado pelo apoio dos companheiros do PMDB, pelas vozes das ruas, por milhares de assinaturas colhidas, em um mês, em nossa barraca montada na Boca Maldita pró-candidatura própria do partido. E pelos números da pesquisa da Toledo que, ao meu ver, estão mais perto da realidade”, justificou.

Na carta, Greca diz que oferece a sua formação de engenheiro urbanista, membro do Ippuc (onde foi aprovado na primeira colocação em concurso público), advogando pela candidatura própria. Cita seu potencial de votos computados no pleito de 1992, quando conquistou a vitória no primeiro turno; e nas eleições de 1998, quando foi eleito deputado federal com mais de 226 mil votos (a maior votação proporcional da história do Paraná) e deputado estadual, em 2002, com mais de 50 mil votos somente em Curitiba.

Segundo o parlamentar, estes dados, aliados ao seu “amor” por Curitiba, o credenciam a lutar pela candidatura própria e a colocar o seu nome como candidato a prefeito da capital paranaense. Ao finalizar a correspondência, Greca repete uma frase de Ulysses Guimarães: “Sem a coragem, nos faltariam todas as virtudes”, que, conforme o parlamentar, resume todo o esforço que vem sendo feito em favor da candidatura própria no partido. “Vim para o PMDB sonhar os sonhos de Ulysses, sem medo da luta, por mais aguerrida que possa parecer”, disse, lembrando que a apresentação da pesquisa da Toledo & Associados, hoje à noite, na sede do PMDB, poderá mostrar aos membros do partido que a candidatura própria não é um sonho, “ela pode e deve ser viabilizada em nome de uma razão maior que é a sobrevivência do próprio partido”.

Voltar ao topo