Deputado vai à tribuna e fala para as cadeiras vazias

Um mês e um dia depois de ser absolvido pelo plenário da Câmara Federal e ter merecido da colega Ângela Guadagnin (PT-SP) a célebre dança da pizza, o deputado João Magno (PT-MG) voltou à tribuna e viveu a solidão do plenário. Durante seis minutos, o deputado eleito por Minas Gerais falou sobre investimentos no Vale do Aço, em seu Estado, onde se concentram seus eleitores. Falou, mas ninguém o ouviu. João Magno discursou para uma Câmara vazia.

"Senhoras e senhores parlamentares, venho destacar nesta tribuna o crescimento da economia do meu Estado de Minas Gerais, dando como exemplo o que ocorre atualmente no município de São Gonçalo do Rio Abaixo, na região do Médio Piracicaba, no Vale do Aço de Minas Gerais." Foi uma cena teatral. Não havia ninguém ali. Nem senhora, nem senhor deputado. Claro, a TV Câmara estava no ar e a imagem mostrada pelos sinais emitidos por ela era apenas a do deputado João Magno. Mais tarde, a Voz do Brasil transmitiria parte do discurso do parlamentar petista.

Sem nenhum constrangimento por falar para cadeiras vazias, o deputado João Magno continuou: "De olho na demanda chinesa por aço, a Companhia Vale do Rio Doce está investindo mais de U$ 1 bilhão na mina de Brucutu e, com isso, gerando empregos, renda e impostos para o município". Em seguida, citou o prefeito da cidade – Nozinho, sem dizer o partido ou o nome todo – e disse que ele faz um bom trabalho e investe em novos recursos públicos no sistema municipal de saúde, transporte de estudantes, tratamento de água, abertura de estradas e infra-estrutura urbana.

"Para se ter idéia, a economia local movimentava cerca de R$ 2,6 milhões por mês até pouco tempo atrás. Com os investimentos da Vale do Rio Doce, até 2008 a injeção de recursos será de R$ 87 milhões; a partir de 2009, quando a usina de Brucutu estiver operando na capacidade máxima, a renda aplicada no município subirá para R$ 218 milhões ano, prosseguiu João Magno.

Apesar de elogiar a Vale do Rio Doce, João Magno disse -ainda para as cadeiras vazias -que antes de a empresa ser privatizada ela tinha uma ação social mais intensa na região. Por isso, ele cobrou investimentos da Vale do Rio Doce para atender, principalmente, as cidades de Santa Bárbara, Barão de Cocais, João Monlevade e São Gonçalo.

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