Cúpula do PT se fecha com Arns para o governo

Ex-tucano, que foi convidado a sair do PSDB depois de assinar favoravelmente à instalação da CPI da Corrupção e se filiou ao PT em 2001, surpreendendo ao se eleger senador em 2002, Arns foi descrito por Vargas como o nome que tem chances de unificar o partido para a sucessão estadual do próximo ano. "Foi um encontro informal. De um grupo de amigos. Agora, vamos dialogar com as demais forças do partido para ter um candidato de consenso", afirmou Vargas, recém-eleito para mais um mandato como presidente do partido.

Vargas não vê dificuldades em juntar o partido em torno de Arns. Para o presidente estadual do PT, a tese da candidatura própria ao governo representa cada vez mais o pensamento predominante no PT do Paraná. "E o nome do Flávio não será uma imposição. É uma candidatura que estamos defendendo. O importante é que nós queremos definir esse nome este ano ainda", afirmou.

O presidente do PT disse que o próximo passo agora é procurar as direções do PCdoB e do PSB para conversar sobre aliança. Uma reprodução de um movimento da direção nacional do PT que, na semana passada, procurou as direções dos dois partidos para conversar sobre 2006.

Afastamento

O anúncio do nome de Flávio Arns coincide com o distanciamento entre o PT e o PMDB. Até mesmo petistas que consideravam uma aliança com o governador Roberto Requião (PMDB) mais adequada que uma candidatura própria já alteraram a posição. É o caso do deputado estadual e ex-líder do governo na Assembléia Legislativa Natálio Stica, que aderiu à candidatura própria e acha que um acordo com Requião pode ficar para o segundo turno das eleições.

Stica afirmou que a candidatura própria passou a ser a melhor alternativa para o PT depois da crise deflagrada pelas denúncias de compra de apoio no Congresso Nacional pelo governo do presidente Lula. "Nós precisamos resgatar o partido e a melhor maneira é lançar um candidato. Tem que ser um nome para trazer bons fluídos para o PT", justificou Stica.

Ex-adepto do apoio à reeleição de Requião no primeiro turno, Stica disse que o governador pode ter o PT como aliado num eventual segundo turno, se o partido não for bem-sucedido no primeiro. "Nós não podemos incorrer no mesmo erro da eleição para a Prefeitura de Curitiba, onde o PMDB forçou o apoio ao PT e se dividiu por dentro", afirmou Stica. Para Vargas, o PMDB do Paraná está mais para adversário que aliado. Ele diz que as críticas de peemedebistas moderados, como o deputado José Maria Ferreira, e outros com o perfil da deputada Elza Correia ao governo Lula, demonstram que "bater" no PT virou estratégia eleitoral do PMDB. "Parece que o PMDB do Paraná faz oposição a Lula. Requião já está em campanha", disse Vargas, acrescentando que a hostilidade do Palácio Iguaçu a Lula teria ajudado a reforçar a candidatura de Arns ao governo.

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