CPI dos Jogos da Natureza não sai do lugar

Um mês depois de sua criação, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Jogos da Natureza ainda não saiu do lugar. Uma das mais requisitadas pela antiga bancada de oposição ao ex-governador Jaime Lerner (PFL), a CPI dos Jogos da Natureza é a única das cinco comissões que não se reúne e que também não conseguiu juntar informações e documentos para apurar as denúncias de irregularidades na realização dos jogos em 97. De todas as CPIs é a que mais afeta diretamente ao ex-governador, que teve o envolvimento de familiares na realização dos jogos.

O presidente da CPI, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), disse que apenas na quinta-feira passada é que recebeu uma pequena parte das informações que solicitou às várias secretarias de Estado que estiveram envolvidas na organização do evento. “Eu vou cobrar esta semana a razão de os documentos não serem enviados. Fui informado que havia chegado alguma coisa na quinta-feira passada, mas vou querer saber a razão de ainda não termos quase nada”, afirmou o deputado peemedebista.

Dobrandino acredita que até o final desta semana seja possível fazer a primeira reunião da CPI, que fez somente uma sessão de instalação. Depois disso, os integrantes da comissão continuam aguardando a remessa de informações. O fato de a CPI ter quatro integrantes aliados ao ex-governador Jaime Lerner não ajuda no avanço das investigações. Os deputados que hoje compõem o grupo de oposição ao governo já deixaram claro no momento da instalação das CPIs que não iriam colaborar para que os trabalhos avançassem.

O deputado Elton Welter (PT) disse que a CPI estuda requisitar o auxílio do conselheiro do Tribunal de Contas, Nestor Baptista, que foi o responsável pela análise das contas dos jogos e tem um farto material sobre o assunto. Segundo Welter, o conselheiro poderá ser chamado a depor à CPI, que não elaborou sequer uma lista dos ex-integrantes do governo que devem ser intimados para prestar esclarecimentos.

Edição polêmica

A I Edição dos Jogos foi organizada entre setembro e outubro de 97, na Costa Oeste, entre Foz do Iguaçu e Guaira. De acordo com dados obtidos pela antiga bancada estadual do PMDB custou R$ 85milhões aos cofres públicos e foi alvo de várias denúncias de irregularidades. No final do ano passado, a bancada de oposição conseguiu reunir vinte e duas assinaturas – quatro a mais que o número mínimo necessário – para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias. A proposta nunca saiu do papel no governo Lerner, que nunca conseguiu realizar a II Edição dos Jogos.

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