CPI dos Alimentos faz nova audiência Nacional

Os produtores de hortifrutigranjeiros da Região Metropolitana de Curitiba estão enfrentando os mesmos problemas que ameaçam a sobrevivência dos agricultores que se dedicam à produção leiteira e à suinocultura: os preços pagos pelas grandes redes de supermercados ao litro de leite, à carne suína e às verduras, frutas e legumes não cobrem os custos de produção, fato que leva os agricultores familiares paranaenses a acumularem prejuízos. Esta foi uma das conclusões de representantes do setor produtivo e de parlamentares que participaram ontem pela manhã, no plenarinho da Assembléia Leigslativa, de mais uma audiência pública da CPI dos Alimentos, presidida pelo deputado Orlando Pessuti (PMDB). Também participaram da reunião os deputados Cezar Silvestri (PPS), relator da CPI; Luciana Rafagnin (PT), Edson Praczyk (PL), Ademir Bier (PMDB), Nelson Turek (PFL) e Eli Ghellere (PDT).

Como exemplo das dificuldades enfrentadas pelos agricultores, o presidente da Associação Paranaense dos Produtores de Hortifrutigranjeiros, Paulo Danova, lembrou que nos últimos seis anos o custo da semente, do adubo e dos combustíveis subiu cerca de 400%, inviabilizando a atividade. Ele lamentou a “descapitalização do setor” ao apontar para o fato de que na Região Metropolitana de Curitiba aproximadamente 40 mil famílias dependem da produção de hortis. No Paraná, existem atualmente cerca de 7 mil produtores. Já na Ceasa de Curitiba os fornecedores cadastrados estão próximos dos 3.500.

Paulo Danova responsabiliza o setor supermercadista pela crise que atinge o mercado de hortis, criticando as redes pelas “promoções e ofertas indecentes”, ao ponto de um supermercado recém instalado em Curitiba vender um pé de alface a R$ 0,17 (centavos de real) enquanto o custo de produção de uma unidade é de R$ 0,12. Outro exemplo: o custo de uma caixa de 18 pés na propriedade é de R$ 3,50, enquanto alguns supermercados vendem a mesma por R$ 1,50, menos da metade do preço. ” O setor está pedindo socorro”, reforçou.

Opinião semelhante manifestou Cezar Lovatto, presidente da Apac (Associação de Produtores Agrícolas de Colombo). Ele lamentou os “contratos absurdos” impostos pelos supermercados aos produtores, citando os descontos e bonificações que chegam a representar 10 a 12% do valor da nota fiscal.

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