CPI do Porto ainda quer ouvir mais

Quando já parecia estar encerrando seus trabalhos, a CPI do Porto de Paranaguá na Assembléia Legislativa se defronta com um impasse: a acareação entre os empresários Maurício Barbosa Xavier e Ricardo Sudhaia, que prestam serviços à Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA. Sudhaia, diretor da empresa Bandeirantes de dragagem, acusou Xavier, da CG Construções, de tráfico de influência. Para o deputado Plauto Guimarâes (PFL), membro da comissão, a denúncia precisa ser esclarecida antes da apresentação do relatório final.

Segundo o relator, deputado Alexandre Curi (PMDB), os dois depoimentos estão contidos no relatório, apresentado à comissão há duas semanas e aberto à apresentação de emendas: "A acareação não produzirá nenhuma alteração essencial. As denúncias estão no relatório e caberá ao Ministério Público decidir se vai aprofundar as investigações". O relatório denuncia pelo menos oito pessoas ouvidas pela CPI, inclusive ex-diretores do porto.

Impasse

O presidente da CPI, deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da oposição na Casa, disse ontem que não encerra os trabalhos enquanto não resolver o conflito entre as informações que os dois empreiteiros deram em seus depoimentos. Eles foram convidados a comparecer na reunião da última segunda-feira, que aconteceu na sala das comissões, após a sessão plenária e que deveria ser a última da CPI. Nenhum dos dois apareceu nem justificou. Agora estão sendo intimados para a próxima segunda (4). Se ainda assim, deixarem de atender à convocação, poderão ser conduzidos sob vara em data a ser determinada.

Rossoni entende que é indispensável colocar Sudhaia e Xavier frente à frente para tentar esclarecer o que efetivamente ocorreu no caso das idas e vindas referentes ao contrato com a empresa Bandeirantes para serviços de dragagem. O contrato, firmado na administração passada, foi suspenso pela atual sob a alegação de superfaturamento nos preços. A polêmica arrastou-se por vários meses até que a APPA resolveu seguir adiante com a mesma empresa e os serviços foram retomados. Segundo explicou Sudhaia à CPI, durante o período de suspensão do contrato teria sido procurado por Xavier, sob o argumento de que tinha bons contatos no governo e condições de desembaraçar a situação. Ao tomar conhecimento da denúncia, Xavier desmentiu, veementemente, considerando-a absurda.

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