Copel explica intenção de compra da Sanedo

A direção da Copel sustentou ontem em reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa que não necessita de autorização legislativa para comprar os 30% da participação acionária da empresa francesa Sanedo na Sanepar. Mas a oposição discorda e prometeu, novamente, ingressar com ação na Justiça para impedir as negociações, que estão quase no final. Ontem, durante reunião da CCJ, o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, revelou que hoje, 12, vence o prazo para que os demais sócios do Consórcio Dominó, a Daleth Participações e a construtora Andrade Gutierrez, respondam se estão interessados em adquirir a quota da Sanedo. Se os sócios, que têm direito de preferência, não quiserem, a Copel terá uma semana para fechar o negócio, informou o presidente da empresa.

Ghilardi, o presidente do Conselho da Administração da Copel, João Bonifácio Cabral, e o diretor jurídico, Zuudi Sakakihara, forneceram explicações sobre as negociações aos deputados que integram a CCJ. De acordo com a direção da empresa, a aquisição das quotas da Sanedo já será suficiente para que a Copel possa ter direito de veto nas decisões do Consórcio Dominó.

Além de questionar o valor da proposta da Copel à Sanedo, que é de 42,4 milhões de euros, o líder da bancada de oposição, Valdir Rossoni (PSDB), insistiu na tese de que a direção da empresa precisa da anuência da Assembléia para fazer a compra.

O diretor jurídico da Copel argumentou que a lei 14.286, de 2004, exige a aprovação de uma lei específica apenas quando a Copel fizer uma nova parceria com a iniciativa privada ou for se transformar em acionista majoritária do consórcio. O entendimento da área jurídica da empresa é que a lei não se aplica às atuais negociações, em que a Copel já é integrante do consórcio e a aquisição das ações da Sanedo não a transformam na acionista majoritária. Ghilardi confirmou que a Copel tem interesse em adquirir as cotas das demais integrantes do consórcio, mas que as negociações ainda não começaram.

Contraponto

Os deputados de oposição disseram que não foram convencidos pelas explicações prestadas pela diretoria da Copel sobre as diferenças de valores das propostas. A oposição alega que a Copel está pagando mais do que valem as ações da Sanedo. Mas os representantes da Copel informaram que o primeiro valor divulgado, de 42 milhões de euros, se referia à proposta de venda feita pela Sanedo à empresa Brasan (Brasil Saneamento S.A.), a primeira a mostrar interesse pelas ações.

Como as negociações com a Brasan fracassaram, a Sanedo fez nova proposta, desta vez, acrecentando aos 42 milhões de euros, os 30% a que tinha direito no caixa do consórcio, o equivalente a 578 mil euros. A Copel contratou uma empresa de auditoria que levantou um saldo menor, de 495 mil euros, em 11 de setembro. De acordo com a direção da Copel, a empresa tomou o saldo desta data como referência da oferta que fez pelas ações.

Ghilardi explicou que a proposta feita à Sanedo levou em conta o patrimônio líquido, o fluxo de caixa e o valor de mercado. O presidente da Copel afirmou que está comprando as ações por R$16 milhões a menos do que o valor de mercado da participação da Sanedo.

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