Quebra-cabeças

Convenção do PMDB é a chave para definir sucessão estadual

O cenário político paranaense para as eleições de outubro começa a se desenhar e a convenção do PMDB, marcada para hoje, a partir das 8h, no Clube Urca, em Curitiba, deverá encaminhar a composição de forças para a disputa eleitoral. Segundo o presidente estadual do partido, deputado federal Osmar Serraglio, os 581 delegados decidirão se o PMDB terá candidatura própria para governador ou se fará coligação.

O senador Roberto Requião está na disputa, mas o grupo liderado por Serraglio trabalha pela aliança com o PSDB, que pretende lançar o governador Beto Richa como candidato à reeleição. “Eu nunca afirmei que colocaria meu nome a vice do governador Beto Richa porque aguardava a decisão do Pessuti, mas (na última quarta-feira) anunciei na Assembleia Legislativa que sou candidato e, além de mim, o Caíto Quintana também colocará o nome dele na disputa”, adianta Serraglio.

Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados
Serraglio espera vitória consagradora da ala pró-tucanos.

Questionado a respeito da expectativa sobre a convenção, o deputado federal diz que espera uma vitória consagradora do grupo que apoia a coligação com os tucanos e opina que uma candidatura própria do senador Roberto Requião enfraqueceria o PMDB. “Ter candidatura própria sem perspectiva de vencer não adianta. O Requião é forte enquanto candidatura própria, mas ele não agrega nada, ele sempre destroçou o PMDB. Há 20 anos, ele usa a mesma estratégia de impedir que qualquer liderança do partido se destaque e isso nos enfraquece”.

O presidente do PMDB estadual ressaltou também que a proposta de coligação é para o Executivo e que o partido planeja ter candidato próprio ao Senado. Serraglio confirmou que, caso o partido decida pela coligação com o PSDB, vai trabalhar para que o partido tenha espaço no governo. “O PMDB precisa ter o espaço que merece para que possamos nos fortalecer, e isso significa pleitear secretarias”.

O senador Roberto Requião, por sua vez, afirma que sua candidatura será vitoriosa no partido e diz ter ampla maioria dos delegados ao seu lado. Requião revela ainda que Marcelo Almeida será seu candidato ao Senado e que o nome do seu vice ainda não foi discutido. Questionado sobre a disputa interna dentro do partido, o senador avalia que faz parte do jogo político. “O PMDB quer candidatura própria e o meu nome será homologado na convenção. Todo o partido é rachado e não sou contra nenhum tipo de oposição, seja interna ou externa”.