Comissão de ética oficializa pedido de demissão de Lupi

A Comissão de Ética Pública do governo federal entregou nesta quarta-feira (26) à chefia de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva um ofício recomendando a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, por "choque de funções". Isso porque o titular da pasta acumula o cargo de ministro e de presidente de seu partido, o PDT, desde que aceitou convite para assumir o ministério em substituição a Luiz Marinho, em abril.

A decisão de recomendar a demissão de Lupi havia sido tomada na sexta-feira e foi oficializada hoje, em Brasília, segundo confirmou a própria comissão. Antes de fechar questão sobre a necessidade da saída do ministro, integrantes da Comissão de Ética Pública já haviam recomendado que Lupi deixasse a presidência nacional do PDT para evitar o conflito entre o cargo de ministro e o posto no partido. Como Lupi não respondeu à comissão – depois de prazo de 20 dias que terminou na quinta-feira, – o órgão decidiu recomendar a demissão a Lula.

Também hoje líderes de oposição criticaram a postura de Lupi ao insistir em manter-se nos dois postos. "Em um governo com tantos escândalos aparecendo e o Conselho de Ética nunca se manifestando, a não ser para proteger, pode ser que é por isso que o ministro Lupi permaneça nos dois cargos", afirmou o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). "Partido não é governo. É preciso haver independência", afirmou.

Presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), também defendeu que Lupi exerça apenas uma das duas funções. "Eu gosto dele como presidente do PDT e gosto dele como ministro do Trabalho. Mas não dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo. É incompatível.

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