Candidatos à Câmara apostam em nomes irreverentes

Assim como em todas as eleições, a lista de candidatos a vereadores neste ano não fica devendo em nada no quesito criatividade. Adalmo Homem do Colchão, Mestre Pop, Piraquara da CIC, Cleide do Dog, Dartagnan do Mega Feirão, Porteiro Geraldo Pica Pau, Tia do Doce, Barão da Kombi Verde, Kafubira e Odisnei do Pick Nick. Estes são apenas alguns dos exemplos de candidatos que optaram por nomes irreverentes para serem identificados na urna, além do já tradicional Linguiça do Circo.

A aposta em nomes diferentes também passa pelos bairros da cidade, mas os campeões são aqueles relacionados com as profissões dos candidatos. Dos 725 inscritos para disputar a eleição proporcional em outubro, mais de 130 estão usando nomes ligados ao trabalho que desenvolvem -seja de forma remunerada ou voluntária – durante a campanha. São professores, médicos, policiais, farmacêuticos, enfermeiros, cabeleireiros, porteiros, zeladoras, entre outros.

Variedade

Um dos partidos com maior número de nomes estranhos de candidatos é o PTC. De acordo com o coordenador de marketing da legenda, Marcelo Sampaio, a grande variedade aconteceu por coincidência, mas o partido pretende se aproveitar da situação para tentar eleger seus representantes. “A maioria dos nossos candidatos procurou o PTC já com seu nome escolhido, essa era a estratégia deles. Não foi imposição do partido, mas acreditamos que pode contribuir com a eleição por gerar identificação entre os eleitores”, comenta.

Em sua quarta disputa eleitoral, João Flausino Dias, o Linguiça do Circo, acredita que desta vez o apelido pode alavancar sua campanha. “Além de já estar mais conhecido por causa das outras eleições e porque participei de diversos programas de televisão, este ano conseguimos patrocinador e, com isso, vou conseguir levar o circo para a rua”, conta. Desta forma, ele pretende apresentar suas propostas, relacionadas em sua maioria à cultura. Caso eleito, não pretende abandonar o nome. “Sempre fui Linguiça do Circo, não tem como deixar de ser agora.”

Estratégia pode dar certo

Para o diretor regional da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Vinicius Nagem, a escolha por nomes que diferenciem os candidatos de seus concorrentes pode ser uma boa estratégia eleitoral quando se fala em disputa na eleição proporcional. “Na campanha com mais de 700 nomes, é preciso se destacar de alguma forma. Quando o candidato assume um nome relacionado à sua atividade profissional, faz com que os eleitores o reconheçam pelo seu trabalho”, comenta.

O consultor também acredita que esta é uma forma de enfrentar outra dificuldade na campanha, o exíguo tempo de televisão. “Cada um tem a média de 15 segundos para falar, o que é muito pouco. Então, se o nome já está relacionado à profissão, também serve para identificar melhor a bandeira do candidato”, explica. Para o consultor, os nomes engraçados também são uma forma de angariar votos de protesto, como aconteceu na eleição de Tiririca como deputado federal nas últimas eleições em São Paulo.