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Câmara tenta manter ar de normalidade no plenário após nova lista de Janot

Enquanto o Supremo Tribunal Federal recebia da Procuradoria Geral da República (PGR) a nova lista com pedido de investigação com base nas delações premiadas de 78 executivos da Odebrecht, o plenário da Câmara dos Deputados discutia um requerimento de urgência de tramitação do projeto que convalida os atos de concessão de incentivos fiscais pelos Estados sem a concordância absoluta do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Os deputados deram continuidade à sessão e se esforçaram para dar um ar de normalidade aos trabalhos. “Para quem esperava 260 (inquéritos), a turma deve ter ficado aliviada, né?”, ironizou o líder do PTN, Alexandre Baldy (GO). Foram enviados ao Supremo 83 pedidos de abertura de inquérito.

Nos cantos do plenário, deputados se diziam surpresos com apenas 83 pedidos de inquérito no STF. “Achei pouco”, disse um oposicionista, que já espera uma terceira edição da “lista de Janot”. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) elogiou o pedido de quebra de sigilo das delações. “O próximo passo é abrir todos os nomes”, afirmou.

O tucano Silvio Torres (SP) minimizou o clima aparente de tranquilidade na Casa. “Quem tinha de ficar nervoso, já ficou”, declarou. O vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), disse não acreditar que a divulgação da nova lista atrapalhe a agenda de votações do governo. “Tem de esperar para ver”, desconversou.

Durante a votação, o plenário teve pouco mais de 300 deputados presentes na sessão e a pauta do dia se concentrou apenas em votação de urgências. Muitos parlamentares foram abandonando a sessão durante a votação. “Muita gente deve estar hoje reunida com seus advogados. Tem muito advogado de plantão em Brasília”, afirmou um parlamentar.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta tarde 320 pedidos para o STF. Janot também pediu a retirada de sigilo de parte das revelações feitas pelos ex-funcionários da empreiteira. A retirada do sigilo depende agora do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

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