Câmara pode cassar vereadora acusada de invasão

A Câmara de Iaras, no interior de São Paulo, abriu processo de cassação contra a vereadora Rosimeire Pan D’Arco de Almeida Serpa (PT), acusada de participar da invasão e depredação da fazenda Santo Henrique, da Cutrale, no final do ano passado. Na ação, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) destruíram 12 mil pés de laranja da propriedade. As testemunhas de defesa da vereadora serão ouvidas em sessão marcada para amanhã.

O processo foi aberto com base em denúncia do munícipe Gileno Marques. Ele alega que, por ter participado de uma ação criminosa, a vereadora infringiu as normas que tratam do decoro parlamentar.

Rosimeire é mulher do coordenador regional do MST, Miguel Serpa, e chegou a ser presa com o marido e outros integrantes, no início deste ano, por ter participado da invasão. Entre os presos estava o ex-prefeito de Iaras, Edilson Granjeiro (PT). O grupo foi libertado após um habeas corpus do Tribunal de Justiça (TJ).

Assim como os outros, a vereadora responde a processo por formação de quadrilha, furto e dano qualificados e esbulho possessório. Hoje, ela negou ter participado da depredação e disse que não pode ser penalizada pela Câmara por defender os sem-terra.

O presidente da Câmara, João Presser Júnior (PPS) pediu reforço policial durante a sessão. Em 60 dias, a comissão processante deve emitir um relatório que será colocado em votação. A perda do mandato ocorrerá se a proposta de cassação for aprovada por dois terços dos vereadores.